As mais de 300 dragas e balsas sem licenciamento ambiental atracadas há cerca de 15 dias no Rio Madeira, no Amazonas, auxiliam garimpeiros na extração de ouro. No local, eles montaram uma "vila flutuante" de embarcações para a execução ilegal da atividade.
O que motivou a ocupação dos garimpeiros no Rio Madeira?
Moradores da comunidade de Rosário, no município de Autazes, distante 113 quilômetros de Manaus, onde ocorre o garimpo ilegal, afirmam que os homens começaram a chegar após a informação de que havia ouro na região.
O trecho ocupado pelos garimpeiros é usado para o deslocamento de Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã a Manaus, trajeito por lancha.
A exploração de ouro é liberada?
Em nota pública, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) lamentou a movimentação anormal de dragas com garimpeiro e garantiu que a exploração mineral naquela região não está licenciada, portanto, são irregulares.
Por que as dragas irregulares continuam no rio?
Danicley de Aguiar, ativista ambiental do Greenpeace, aponta que a falta de fiscalização permitiu a invasão das embarcações e, consequentemente, o avanço da atividade ilícita de extração de ouro.
"Nós estamos vendo aqui um conjunto de mais de 300 balsas colocadas numa ponta de rio, sem licença ambiental alguma, mas operando naturalmente à luz do dia sem ser incomodada por ninguém. São 300 balsas a menos de 30 minutos de voo da maior cidade da Amazônia e elas colocam aí em risco também toda a saúde pública da região", disse o ativista.
Que outros crimes são praticados pelos garimpeiros?
Além da exploração ilegal de ouro, o Ipaam citou que serão apuradas outras supostas irregularidades, como problemas com a Capitania dos Portos, contrabando, tráfico e mão de obra escrava.
Como estão as investigações da invasão?
O Ipaam ponderou que ainda busca informações para subsidiar as ações que serão executadas junto aos órgãos estaduais e federais.
Ainda de acordo com o órgão, a Segurança Pública do Amazonas (SSP) será acionada para prestar apoio operacional ao plano de enfrentamento às irregularidades, assim como o Governo Federal.
A Polícia Federal, por sua vez, declarou que já está ciente das irregularidades, e "juntamente com outras instituições, estabelecerá as melhores estratégias para o enfrentamento do problema e interrupção dos danos ambientais".
Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comunicou que também tomou conhecimento do caso e se reuniu com o Ipaam para fiscalizar o garimpo. O órgão, no entanto, não mencionou que ações serão tomadas.