Estão previstos para começar em abril os testes da vacina experimental desenvolvida pelo Instituto Butantan, a Butanvac, segundo disse Dimas Covas, diretor do instituto, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (26).
Para os ensaios clínicos em humanos, no entanto, é preciso aguardar a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes clínicos, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. Na fase 3, com até 9.000 indivíduos, é estimada sua eficácia.
Durante a coletiva, Covas afirmou que os testes com a Butanvac podem ser encurtados, contando com uma comparação com outros imunizantes usados contra a doença que já foram estudados.
Esse atalho permitiria iniciar a vacinação da população com o produto 100% nacional mais cedo do que nos casos observados até agora. Numa expectativa extremamente otimista, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) levantou a possibilidade de isso ocorrer já em julho.
Ainda no cronograma almejado, de acordo com o Butantan, a fabricação de 40 milhões de doses da Butanvac pode ter início no mês de maio, quando o instituto encerra a produção da vacina contra a gripe. As doses que devem ser usadas nos testes, caso sejam permitidos pela Anvisa, já estão prontas, afirma o instituto.
Outros imunizantes
Há pelo menos outras 16 vacinas contra a Covid-19 ainda em fases pré-clínicas de estudo sendo desenvolvidas no Brasil. Um dos maiores entraves para que esses imunizantes migrem para a fase de testes em humanos é o financiamento.