Preso por matar a mulher e os dois filhos na manhã desta sexta-feira (17), Alexander da Silva (49) é réu por um homicídio ocorrido em 2009. A vítima é Tatiana Rosa de França (27), que naquele momento era ex-noiva do acusado. Até o momento, contudo, ele não foi levado a júri popular pelo crime. As informações são do O Globo.
Segundo o Ministério Público, ele teria golpeado a jovem com um objeto cortante no pescoço, por não aceitar o término do relacionamento. No inquérito da 16ª DP (Barra da Tijuca), uma prima de Tatiana procurou a 32ª DP (Taquara) para registrar o desaparecimento da familiar em julho de 2009.
Em julho de 2012, o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, então titular da 32a DP, indiciou Alexander pelo homicídio qualificado de Tatiana. Naquela ocasião, foi pedida a prisão preventiva de Alexander, com o objetivo de evitar possíveis ameaças às testemunhas, incluindo a mãe da vítima.
De acordo com O Globo, a juíza Ludmilla Vanessa Lins da Silva, auxiliar do I Tribunal do Júri da Capital, negou o requerimento, alegando “lapso temporal”. “Não demonstrou o Ministério Público ameaças sofridas pelas testemunhas, tampouco o temor justificado por algumas delas, não sendo possível presumir, sem provas concretas, que a liberdade do acusado traria obstáculo à instrução criminal”, escreveu a magistrada em agosto de 2012.
Conexão com o novo caso
No caso ocorrido nessa última sexta-feira, as vítimas são Andréa Cabral Pinheiro (27), o filho Matheus Alexander Cabral Pinheiro da Silva (11 meses) e a enteada Maria Eduarda Fernandes Affonso da Silva (12). A mulher e a menina foram encontradas com marcas de tiros. Já o bebê foi asfixiado no berço. Não se sabe o motivo das mortes.
Segundo a polícia, Tatiana Rosa de França, assassinada em 2009, é mãe de Maria Eduarda. Alexander vai responder por triplo homicídio, feminicídio e a nova lei de violência doméstica contra criança e adolescente.
Tragédia familiar
Na quinta-feira (16), por volta de 12h, o irmão de Andrea decidiu ir ao condomínio dela atrás de informações, pois, segundo ele, a última vez que ela havia falado com a família tinha sido na noite de quarta-feira (15). A falta de contato causou estranheza no rapaz.
O irmão da vítima resolveu bater na porta e interfonar para o apartamento, porém, ele não obteve resposta às tentativas, fato que o fez buscar apoio no 42ª DP (Recreio). Ele voltou ao local do crime acompanhado de um chaveiro e alguns policiais, momento em que encontraram as vítimas sem vida.
PRISÃO
Antes do crime ser descoberto, o último registro de Alexander no condomínio tinha sido por volta das 8h da quinta-feira (16), quando saía de carro. Ele retornou ao local do crime na manhã desta sexta-feira (17), onde foi capturado por residentes que acionaram a polícia. Enquanto esperavam, o suspeito teria sido amarrado e agredido por moradores do local.
Ele foi encaminhado sob custódia para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, por causa dos ferimentos causados pela agressão. Ele foi atendido e teve alta médica pouco tempo depois. O suspeito chegou à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) por volta de 9h30.
O delegado do caso, Wilson Palermo, falou ao G1 sobre o caso. "Ele até agora não disse nada, não deu detalhes. Vamos ouvir com mais calma agora, mas a perícia identificou o uso da melatonina, uma substância que tem como finalidade provocar sono, então isso foi fundamental para que ele cometesse o crime".
O delegado disse não ter dúvidas de que Alexander foi o autor do crime.
"Desde a noite anterior ao crime os parentes não estavam conseguindo contato com as vítimas. Os parentes foram até o local, viram os corpos, mas eles pareciam estar dormindo, só que já estavam mortos. Ele deixou as três vítimas dormindo, matou as três e depois voltou até o local pela manhã. Ele não demonstrou nenhum tipo de arrependimento, está frio e calmo".