PRF nega que saída de diretores tenha relação com morte de Genivaldo

Corporação afirma que Jean Coelho e Allan da Mota Rebello solicitaram as dispensas há cerca de 10 dias

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negou que as dispensas de Jean Coelho e Allan da Mota Rebello, respectivamente o diretor-executivo e o diretor de inteligência da corporação, efetivadas nesta terça-feira (31), tenham relação com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, após ser asfixiado em uma viatura durante uma abordagem em Umbaúba (SE). As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi, do G1

Conforme a corporação, a viagem dos dois já estava prevista antes do assassinato de Genivaldo, pois foram nomeados para serem oficiais de ligação da PRF no Colégio Interamericano de Defesa, nos Estados Unidos.

Coelho e Rebello solicitaram as dispensas há cerca de 10 dias, segundo a PRF, e elas só foram efetivadas nesta terça-feira (31) devido à burocracia. A relação entre a dispensa dos diretores e a morte de Genivaldo não foi esclarecida pelo governo federal. 

Morte de Genivaldo

A saída dos diretores ocorre uma semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos vir à tona. O homem foi amarrado e posto no porta-malas de uma viatura da corporação, transformada por agentes em uma "câmara de gás", em uma alegada tentativa de contê-lo durante uma abordagem de trânsito. Imagens do ocorrido foram divulgadas em redes sociais e causaram comoção.

Em nota, a PRF havia informado que, durante a abordagem da equipe, Genivaldo reagiu de forma agressiva e precisou ser contido com técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo. O órgão disse ainda que abriu procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos, que foram afastados.

Além da apuração aberta na esfera criminal, para acompanhar as investigações sobre a responsabilidade dos policiais pela morte de Genivaldo, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu uma apuração no âmbito cível sobre "violações aos direitos dos cidadãos e, em especial, aos direitos das pessoas com deficiência". Segundo a família de Genivaldo, o homem sofria de esquizofrenia e fazia uso de medicamentos há 20 anos.