Um homem foi ameaçado pela ex-esposa após levar a filha de 9 anos para receber a dose pediátrica contra a Covid-19 em Campo Grande (MS) escondido da mulher contrária à vacinação. Ao tomar conhecimento da atitude, ela o xingou e disse que o pai não teria mais contato com a filha. Com medo de mais problemas, ele preferiu não se identificar.
Segundo o pai, ele e a então companheira têm a guarda compartilhada da criança. A imunização ocorreu exatamente durante o fim de semana em que ele estava sob a tutela da filha, no final de janeiro. Ao G1, o homem afirmou que, embora a mulher tenha se vacinado, ela não permitia que o mesmo acontecesse com a menina.
“Ela me mandava fake news por mensagens, sobre vírus chinês, chip, essas coisas. Ela se vacinou quando surgiu a Janssen, usou como desculpa que era dose única”, lembrou.
O pai detalha que a filha estava com "medo de morrer" ao ser imunizada por conta das informações falsas compartilhadas pela mãe, que adotou um perfil ideológico conservador em 2018. A a criança ficou tranquila somente depois de perceber que a vacina não provocou reações.
A mulher foi informada em seguida sobre a vacinação da criança, o que fez o pai se tornar alvo de ameaças. “Falou palavrões, falou que eu nunca mais ia vê-la, que elas iam se mudar. Eu fiquei quieto, porque na frente da menina eu não ia falar nada”, disse.
No entanto, a lei estabelece que tanto nos casos de guarda compartilhada, quanto de unilateral, o pai ou a mãe tem autorização para vacinar os filhos mesmo sem o consentimento da outra parte. O artigo 227 da Constituição Federal ressalta que os pais devem primar pela integridade mental, emocional e física da criança.