O mês de setembro chegou e com ele o movimento NoFap September voltou à tona. Iniciada em 2009, a mobilização visava à realização de um desafio: evitar a prática de masturbação e consumo de pornografia compulsivos nos 30 dias do mês de setembro, o que motivou repercussão nas redes sociais.
Origem do NoFap September
Segundo o portal UOL Tab, o movimento começou em 28 de agosto de 2009, em uma postagem no fórum 4Chan. O termo tem base nas palavras "no", negação no inglês, e "fap", uma gíria relativa à masturbação.
Pouco tempo depois, o pensamento foi replicado em outras línguas e sites, ganhando sua primeira postagem em português três dias depois em um fórum do jogo Tíbia.
O NoFap, de acordo com o portal eCycle, é composto em maioria por homens heterossexuais, agregando, minoritariamente, uma parcela pequena de mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+. Atualmente, porém, o NoFap suplantou a ideia de dieta para o mês, tornando-se um estilo de vida.
Criação de site
Com o crescimento da adesão ao NoFap, o estilo de vida motivou até a criação de um website (em inglês) em 2011, criado pelo empresário Alexander Rhodes. Os usuários podem, inclusive, acessar fóruns, artigos e aplicativos para "se curar de disfunções sexuais induzidas por pornografia, melhorar seus relacionamentos e, ultimamente, viver suas vidas de modo mais gratificante", como diz o próprio endereço.
Site diz não ser um movimento
Na página, os organizadores, porém, ressaltam que a ação não se trata de um movimento. "O fato é que os usuários do NoFap vêm aqui para melhorar a si mesmos, não para melhorar o mundo inteiro", dizem, acrescentando que os participantes de um movimento apoiam um ideal político, social ou moral comum, estando "longe de ser um movimento obstinado".
"Nossos usuários são um grupo diversificado que encontra um terreno comum em apenas uma coisa — eles acreditam que a abstenção de comportamentos sexuais escolhidos individualmente por um período de tempo melhorará suas vidas".
Embora não se considere antimasturbação, o site se refere ao processo de "recuperação do vício em pornografia" sobre a ideia de uma "reiniciação", que desafia os praticantes inclusive a se abster de relações sexuais por um período de tempo. Dessa forma, usuários poderiam se libertar tanto do vício quanto de problemas sexuais.
Além disso, o site não se diz religioso, não apoia legislação que restrinja criação ou consumo de pornografia e nem negador de sexo.
Processo de 'reiniciação'
Em uma das seções, o site explica o vício em pornô, detalhando marcadores e sintomas — que podem ser físicos ou psicológicos — da disfunção. Os organizadores também listam motivos que fazem o gosto pelo pornô ser preferível ao "sexo primitivo", além de gatilhos, indicando a reiniciação como superação da questão.
Na página da reiniciação, o usuário é apresentado à abordagem prevista pelo site. Lá, há informações sobre desafios, com durações diferenciadas, contadores, modos e parâmetros acerca do processo. Os usuários podem, inclusive, ter acesso a dicas sobre abstenção de gatilhos e criação de novos hábitos.
O site possibilita, também, contato do praticante com outros usuários, suporte, acompanhamento e grupos de apoio mediante pagamento de planos personalizados. Os valores podem chegar a 120 dólares por mês (cerca de R$ 620, na cotação atual).
NoFap no Brasil
De acordo com o UOL Tab, mesmo sem estarem ligados ao site de Alexander Rhodes, jovens têm se juntado ao desafio contra masturbação e pornografia: o movimento reúne on-line centenas de garotos entre 15 e 25 anos de todo o Brasil.
Atualmente, jovens trocam experiências sobre as práticas a serem evitadas no Twitter, chegando a formar grupos em aplicativos de mensagens para lidar com o desafio, real na vida de muitos.
Extensão para navegadores
Dada a busca pelo movimento, o coletivo de desenvolvedores Metflix Lab criou uma extensão para navegadores da web com o intuito de ajudar quem decidir se aventurar pelo desafio.
A premissa é simples: "Uma mãozinha pra te ajudar a tirar a mão daí", diz o grupo. "Essa extensão vai te ajudar a não cair em tentação ao acessar alguns sites proibidos", acrescentam, frisando o cuidado, por parte do usuário, de permitir o uso da extensão em aba anônima.