Morre Fox, cachorro que perdeu focinho após ser atacado por bull terrier

Cão sofreu complicações por conta das lesões do ataque e passou por uma piora no estado de saúde nos últimos dias

O cão da raça spitz alemão, que perdeu parte do focinho após ser atacado por um bull terrier no último dia 9 de outubro, morreu no início da tarde desta quarta-feira (25), segundo informou a tutora do animal, Sofia Albuquerque. O caso aconteceu em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Por meio de uma publicação nas redes sociais, ela relata que o cachorro sofreu complicações por conta das lesões do ataque e passou por uma piora no estado de saúde nos últimos dias.

"Eu fiz tudo que eu pude. Eu vivi por você todos esses dias. Mas eu não consegui evitar que te arrancassem de mim! Eu te amo e vou te honrar. #LutoPeloFox", escreveu Sofia, lamentando a morte de Fox em post no Instagram.

Relembre o caso

O cão atacado estava no quintal de casa quando foi pegue pelo cão do vizinho, conforme o boletim de ocorrência registrado. "O cão Fox aproximou-se do portão para cheirar o cão Mancha, porém como Mancha estava sem focinheira, acabou por morder o focinho do cão Fox", detalha trecho do documento.

No boletim de ocorrência também consta que o vizinho deixou o local enquanto as tutoras de Fox o levaram para veterinária. O documento indica que as tutoras de Fox tentaram conversar com ele, mas o homem deixou a casa sem prestar esclarecimentos.

Investigação

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar a responsabilidade do tutor do cão que atacou o outro animal. A delegada Maura Braga, responsável pela investigação do caso, informou que esse processo está na fase final.

“Ouvimos várias testemunhas do caso, as tutoras do Fox e analisamos várias imagens de câmeras de segurança para auxiliar na investigação. Para encerrar a investigação ainda falta ouvirmos os tutores do Bull Terrier, mas eles não responderam às intimações que fizemos. Ainda solicitei uma análise comportamental [do Bull Terrier] para entendermos o comportamento do animal”, explicou.

A situação é classificada como crueldade contra animais, crime que pode ocasionar pena de até cinco anos de prisão e multa ao tutor do bull terrier.

“Agora precisamos entender se o homem usou o animal como uma arma, já que identificamos que essa não é a primeira vez que o Bull Terrier ataca outro cachorro. O animal não pode ser responsabilizado, mas queremos entender se o tutor incentiva esse tipo de comportamento”, concluiu a delegada.

O investigado pode ser indiciado por coação no curso do processo, porque a polícia recebeu denúncias de que ele ameaçou testemunhas do caso. O homem investigado também foi multado em R$ 400 pela prefeitura por não colocar focinheira no cachorro durante o passeio.