Uma gestante teve a internação recusada por uma médica em uma maternidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e acabou dando à luz no chão da recepção da unidade. O caso foi registrado na Maternidade Municipal de Santa Cruz da Serra, onde tanto a mãe como o recém-nascido seguem internados e em bom estado de saúde.
Por conta do caso, a médica responsável foi desligada do quadro de profissionais da saúde e uma sindicância deve apurar os fatos. Queli Santos Adorno, de 35 anos, que estava gestante, teve a internação recusada pela médica em questão.
Nascimento
Mãe de quatro filhos, a mulher relatou ao RJTV, da TV Globo, que chegou ao local por volta das 22h. Já no primeiro atendimento, foi alertada por outra plantonista que poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento , recebendo a orientação de aguardar na maternidade para o nascimento do pequeno Azafe.
Enquanto aguardava, a mulher percebeu que as contrações aumentaram e, após seis horas, passou por um terceiro atendimento com outra médica. Nesse momento, ela recebeu um documento escrito à mão com a assinatura da médica Sheila Peixoto Atthie Maia, incluindo a recomendação de que voltasse para casa.
“Ela foi muito grossa com a minha irmã, a tratou com deboche. Ela falou: ‘Você não deveria nem estar aqui, você deveria estar em casa, porque você está treinando’. Aí, minha irmã falou: ‘Essa aqui é minha quarta gestação, eu não estou treinando, essa criança vai nascer, doutora, eu não posso ir para casa’. E minha irmã se recusou a ir embora”, explicou a irmã de Queli.
Ainda com a recusa da internação, a mulher permaneceu no hospital, dando à luz à criança por volta das 6h. A mãe e o bebê foram atendidos pela primeira médica, que estava retornando do intervalo e, por conta disso, não possuía acesso aos equipamentos necessários.
“Eu falei, eu falei. Doutora negligente, eu falei. Disse tanto e ela não acreditou em mim”, disse Queli aos prantos. Ela e o filho seguem na unidade de saúde se recuperando após o parto.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou, em nota ao portal Terra, que a médica responsável pelo atendimento foi desligada do quadro de funcionários e uma sindicância interna realizará a 'apuração e responsabilização das demais condutas dos profissionais envolvidos no atendimento à paciente'.