Justiça autoriza Backer a retomar produção parcial; empresa fala em sabotagem

A decisão, da juíza federal substituta Anna Cristina Rocha Gonçalves, da 14ª Vara na capital, foi tomada a partir de pedido da Backer para suspensão da interdição de sua fábrica

A Justiça Federal em Minas Gerais autorizou nessa quinta-feira (16) o retorno parcial do funcionamento da fábrica da cervejaria Backer em Belo Horizonte. A decisão permite que a empresa faça o envase de tanques não lacrados e relativos a marcas que não sejam a Belorizontina e a Capixaba, rótulos que, conforme as investigações da Polícia Civil, estão sob suspeita de contaminação pelas substâncias tóxicas dietilenoglicol e monoetilenoglicol.

Até esta sexta-feira (17), quatro mortes são investigadas por suspeita de intoxicação após ingestão das cervejas, de acordo com informações do portal G1. Outras 14 pessoas estão internadas em estado grave.  

A decisão, da juíza federal substituta Anna Cristina Rocha Gonçalves, da 14ª Vara em Belo Horizonte, foi tomada a partir de pedido da Backer para suspensão da interdição de sua fábrica. A empresa segue proibida de comercializar seus produtos.

"Quanto à liberação total do parque industrial, tão logo a impetrante apresente comprovação de que toda e qualquer irregularidade apontada nas inspeções foi sanada, caberá ao Ministério da Agricultura suspender a ordem", pontuou.

Indícios de sabotagem

A juíza relata na sentença que a Backer anexou ao pedido de retorno de atividades um vídeo com supostos indícios de sabotagem. Negou, no entanto, a análise do texto, por se tratar de decisão em liminar.

"O impetrante juntou aos autos vídeo supostamente contendo indícios de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol por ele adquiridos junto ao seu fornecedor. Todavia, não cabe a análise dessa questão na via estreita do mandado de segurança, mormente porque a presente impetração dirige-se contra ato coator específico, atribuído aos representantes do Ministério da Agricultura."

Na tarde desta quinta, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão em uma fábrica em Contagem, na Grande Belo Horizonte fornecedora de insumos para a Backer. Um ex-funcionário desta empresa foi apresentado ao policiais para prestar depoimento. Um ex-funcionário da Backer também foi ouvido.