IBGE: servidores pedem mudança na presidência do órgão e criticam gestão de Marcio Pochmann

A classe divulgou uma nota sobre o assunto e convocou ato para pressionar por mudanças

Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram, nesta sexta-feira (20), uma nota criticando a gestão do presidente do órgão, Marcio Pochmann, cujas decisões foram "centralizadoras, arbitrárias e autocráticas". Os trabalhadores dizem que "já não o consideram como presidente" e pedem que Pachmann deixe o cargo, para o qual foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2023. As informações são do O Globo.

O comunicado, divulgado por meio de um formulário on-line que permitia a identificação dos servidores, listou quatro críticas principais à gestão de Pochmann: a criação sigilosa de uma fundação chamada "IBGE+", a reformulação do estatuto do IBGE, as "viagens excessivas" de Pochmann em um momento de escassez de recursos e mudanças no regime de trabalho dos funcionários.

Os servidores afirmaram que a fundação IBGE+, de direito privado, foi criada de forma reservada ao longo de onze meses, sem diálogo com os trabalhadores, o que gerou dúvidas sobre a finalidade e independência técnica e administrativa da nova entidade. Além disso, a entidade foi oficializada em cartório antes mesmo de ser anunciada.

Outro ponto de insatisfação é a reformulação do estatuto do IBGE, que, segundo os funcionários, está sendo conduzida de maneira pouco transparente, apesar dos pedidos de diálogo do Sindicato Nacional do instituto. "Essa postura coloca em risco a autonomia do IBGE e sua credibilidade como fonte confiável de dados estatísticos", afirmam na carta.

Além disso, as viagens frequentes de Pochmann foram criticadas em razão do momento de dificuldades financeiras enfrentadas pelo instituto. No início do ano, a falta de recursos levou o IBGE a atrasar pagamentos de aluguel e colocou em risco algumas de suas pesquisas. 

O descontentamento também está relacionado com a proposta de transferir os servidores do centro do Rio de Janeiro para o Horto Florestal, na zona sul da cidade, o que, segundo eles, representaria desestabilização e prejuízos devido ao acesso precário da região. Os relatos indicam um dificil acesso à região por linhas de metrô e ônibus.

O IBGE ainda não se pronunciou sobre as queixas dos servidores, segundo O Globo. 

Protesto

Em resposta às "medidas autoritárias" de Pochmann, o sindicato nacional dos servidores do IBGE, Assibge-SN, convocou os trabalhadores para um ato na quinta-feira (26), às 10h, em frente à sede do instituto na Avenida Franklin Roosevelt, no Rio de Janeiro.