Moradores de São José da Bela Vista, em São Paulo, registraram boletim de ocorrência contra um homem que organizou um bolão que faturou R$ 108,3 milhões na Mega da Virada, em dezembro passado.
O grupo alega que o suspeito angariou o dinheiro de 44 apostadores, mas usou o valor para fazer duas apostas: uma com nove pessoas e outra com 35 — e apenas a de nove integrantes venceu. Porém, a separação entre os grupos não tinha sido comunicada aos integrantes.
Segundo o G1, com informações dos advogados de defesa do apostador, ele nega que tenha agido de má-fé e disse que os nove integrantes do bolão vencedor tiveram de sair da cidade por terem sofrido ameaças.
Na sexta-feira (6), a Caixa Econômica Federal informou que as nove cotas do bolão de São José da Bela Vista foram sacadas, o equivalente a R$ 12 milhões para cada apostador.
Dois bolões
Depois do sorteio da Mega, orientado por um advogado, um morador da cidade, que não quis se identificar, registrou um boletim de ocorrência sobre o caso na Polícia Civil.
No relato, ele disse que, no dia 20 de dezembro, foi procurado pelo organizador da aposta para participar de um bolão da Mega da Virada com a cota de R$ 30. Contudo, de acordo com o morador, em nenhum momento foi explicado que seriam feitos dois bolões.
Depois que o sorteio foi feito, no dia 31 de dezembro, o homem entrou em contato com o organizador e foi informado da aposta de dois bolões diferentes. Segundo o G1, ainda com informações da suposta vítima, todos os 35 participantes não premiados têm áudios e comprovantes dos pagamentos.
"Ele [organizador] fala: 'Vamos participar do bolão com a gente. Você faz o pagamento de um valor e vai estar automaticamente participando'. Dessa forma, individualmente, ele fazia a conexão com essas pessoas e ia arrecadando os valores para fazer o bolão", relatou o advogado Mario Alexandre Silva Bassi, que representa dez apostadores.