O gamer Raulino de Oliveira Maciel, conhecido como Raulzito, foi indiciado pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) pelo estupro de duas crianças em Niterói, Rio de Janeiro. O inquérito foi enviado ao Ministério Público. As informações são do portal G1.
Ele foi preso por agentes da DCAV em Santa Catarina no dia 27 de julho, devido a um mandado de prisão temporária expedido pela 4ª Vara Criminal de Niterói, região onde residem as vítimas.
Além das crianças que vivem na Região Metropolitana do Rio, a Polícia recebeu outras sete denúncias de possíveis outras vítimas em Santa Catarina, São Paulo e Paraíba.
"A idade das vítimas chama a atenção: sempre entre 10 e 12 anos. Além disso, elas possuem características físicas em comum: brancas, cabelo liso e olhos claros", disse o delegado Adriano França ao G1.
As autoridades também apuram se há casos de pedofilia nos Estados Unidos, local onde o investigado também residiu.
"Há relatos de vítimas em todos os locais onde ele fixou residência. Estabelecemos uma parceria com a polícia americana e estamos investigando", informou a Polícia.
Modos operandi
Ao decorrer das investigações, os agentes de segurança descobriram que Raulzito usava as redes sociais para conversar com os pais das vítimas e, após conseguir conquistar a confiança deles, abusava das crianças no estúdio que mantinha em São Paulo. Os abusos também aconteceram na casa delas.
Segundo o inquérito, o investigado prometia ajudar as crianças a se tornarem gamers. Ele se apresentava como coach da área e oferecia consultoria para jovens que queriam entrar no mercado.
Segundo a Polícia, o gamer cometia esse tipo crime há, pelo menos, 15 anos. Conforme uma vítima, Raulzito a abusou quando ela tinha apenas 12 anos e ele 20.
"Hoje tenho 28 anos. O abuso ocorreu quando tinha cerca de 12. Ele devia ter uns 20. Costumava vir aqui em casa para jogar vídeo-game. Demorou um ano para ele fazer alguma coisa. Até que ele começou e chegou ao ato em si. Nunca falei nada para ninguém. Hoje consigo falar sobre isso, depois de muita terapia", relatou o assistente de suporte técnico Lucas Martinelli Caetano ao G1.