Gabriel Monteiro 'usou arma como brinquedo', diz delegado sobre acusações de estupro

Ex-vereador foi preso e nega as acusações

Investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro aponta que o ex-vereador Gabriel Monteiro, preso na segunda-feira (7) por ser suspeito de estuprar uma jovem de 22 anos, teria usado sua arma como um "brinquedo" durante o crime para aterrorizar a vítima. As informações são do jornal Extra

Monteiro, que nega as acusações, passou a noite na 77ª DP, após a Justiça decretar sua prisão preventiva. Ele deve realizar o exame de corpo de delito nesta terça-feira (8) no Instituto Médico Legal (IML) antes de passar pela audiência de custódia.

Acusações contra Gabriel Monteiro

O inquérito é comandado pelo delegado Luis Armond, titular da 42ª DP. O caso ocorreu em junho deste ano. "Foi um relato forte de uma garota nova de 22 anos com detalhes. Quando eles chegam na casa, que é de um conhecido dele, as coisas foram para uma violência. Passou a ter uma violência real mesmo, uma aterrorização com arma como se fosse um brinquedo, mas para uma jovem a travou. E começou a ter as agressões", disse o delegado ao Extra

"Essa vítima procurou uma médica particular e passou por um exame. A médica deu um parecer que ela chegou muito nervosa, apesar de não querer contar o que aconteceu. Ela foi orientada a tomar a pílula do dia seguinte e foi feito um teste que demonstrou a possibilidade dela estar com uma infecção sexualmente transmissível (IST)", concluiu Armond.

Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio à Justiça, a jovem disse que Gabriel a forçou a manter relações sexuais, depois de lhe apontar uma arma, na casa de um amigo do ex-vereador. O youtuber também teria tentado filmar a relação sexual, mas o celular estava descarregado.

No imóvel, a mulher foi levada por Gabriel até um quarto. Ao tentar deixar o cômodo, segundo a denúncia, Gabriel trancou a porta, retirou a arma da cintura e com ela acariciou o rosto da vítima. "O denunciado a empurrou de forma violenta sobre a cama e começou a ter relação sexual de forma violenta, mesmo sem preservativo, mesmo após os apelos da vítima para que não mantivesse relações sem camisinha’’, diz um trecho da denúncia.

O Tribunal de Justiça também determinou a apreensão do celular e da arma de Monteiro. Mas, até o fim da noite desta segunda os equipamentos não tinham sido entregues.

Seguranças

A Polícia Civil também investiga qual a participação de quatro seguranças de Gabriel Monteiro no crime. Eles estavam na casa onde o estupro teria ocorrido e teriam questionado se a vítima gostaria de ir a uma delegacia registrar o caso.

Um dos seguranças chegou a procurar a polícia no decorrer das investigações, mas desistiu de prestar depoimento. Segundo apuração inicial,  eles eram policiais da ativa ou da reserva. 

"Saber qual foi o porquê que não tomaram uma atitude com aquilo. Ela nos relatou que antes deles chegarem na casa, os seguranças disseram que a vítima "iria se arrepender de ter ficado com ele (Gabriel Monteiro). Depois do ocorrido, tomaram ciência e os seguranças até a questionaram se ela gostaria de ir à delegacia", disse o titular da 42ª DP.

Mandato cassado

O ex-policial teve o mandato de vereador cassado pela Câmara do Rio de Janeiro em 18 de agosto. A decisão foi tomada por 48 votos a 2, considerando quebra de decoro parlamentar. Conforme o g1, o vereador Chico Alencar (Psol) denunciou quebra de decoro parlamentar após o youtuber ser investigado por suspeita de estupro e assédio. Ele também é alvo de acusações por forjar vídeos nas redes sociais. 

Devido à cassação, Monteiro se tornou inelegível pelo período de oito anos