O vereador Dr. Jairinho foi afastado da presidência da Comissão de Justiça e Redação da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (19). A justiça negou, na quarta-feira (14), um pedido de suspensão de mandato do vereador.
A decisão do afastamento é do presidente da casa, o vereador Carlo Caiado, e foi publicada no Diário da Câmara Municipal. O partido Solidariedade formalizou a expulsão de Dr. Jairinho, na sexta-feira (16). O vereador também já havia sido afastado do Conselho de Ética.
Jairinho e a atual companheira, Monique Medeiros, são suspeitos da morte de Henry Borel, filho dela, no dia 8 de março, em um apartamento de luxo na Zona Oeste do Rio. O casal foi preso em 8 de abril por policiais do 16º DP, em Bangu.
As investigações apontam que Henry era torturado pelo vereador e ele também é investigado por agressão a outras crianças. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.
A Polícia já recebeu declarações de três mulheres que foram vítimas de agressão do vereador. Elas relatam que seus filhos também foram alvo de violência de Jairinho. A última a relatar o caso prestou depoimento nessa sexta-feira (16), após negar à imprensa ter sofrido abuso do suspeito.
Morte de Henry
Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março, no apartamento em que vivia com Monique e Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, ele era agredido pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça.
O laudo hospitalar sobre o corpo concluiu que a criança apresentava as seguintes condições:
- múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça;
- edemas no encéfalo;
- grande quantidade de sangue no abdome;
- contusão no rim à direita;
- trauma com contusão pulmonar;
- laceração hepática (no fígado);
- e hemorragia retroperitoneal.
O inquérito sobre a morte do menino Henry já tem provas suficientes para ser concluído, afirmou a Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (19).
O delegado-chefe do Departamento de Polícia da Capital, Antenor Lopes, afirmou, em entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira (19), que não há indícios de agressão ou ameaça à Monique pelo namorado, o vereador Dr. Jairinho.
Ele ainda disse que não há definição sobre a Polícia obter novo depoimento de Monique, conforme solicitaram os novos advogados dela. Segundo Antenor, essa decisão será tomada esta terça (20) pelo delegado Henrique Damasceno, titular do 16º Distrito Policial (DP).