Caso Marielle Franco: ex-bombeiro é preso novamente em operação da Polícia Federal e MPRJ

Em delação premiada que motivou operação, ex-PM Élcio de Queiroz afirmou que Ronnie Lessa foi quem disparou contra carro em que estava a vereadora

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi preso na manhã desta segunda-feira (24) no Rio de Janeiro, alvo da operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado (MPRJ).

A ofensiva apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. O anúncio da prisão foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Além do mandado de prisão preventiva, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.

Em entrevista coletiva, Dino afirmou que o ex-PM Élcio de Queiroz fez uma delação premiada, que motivou a operação, e nela revelou a participação do ex-bombeiro Maxwell e de Ronnie Lessa no crime, além de confirmar a própria participação. Na delação, ele afirmou que Ronnie foi quem disparou, com uma submetralhadora, contra o veículo em que estava Marielle.

Élcio confessou que dirigia o veículo Cobalt prata usado no ataque.

"[Com a delação houve] Confirmação de tudo que aconteceu na execução do crime. Então, certos aspectos, certos detalhes da investigação, sobre os quais pairavam dúvidas, a partir da delação do senhor Élcio essas dúvidas se acham removidas", disse o ministro, reforçando que a investigação continua.

Ronnie e Élcio estão presos, aguardando data do julgamento.

Ex-bombeiro cumpria pena em regime aberto

Em 2021, Suel foi condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020.

Segundo o MPRJ, Maxwell era dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa. Suel também teria ajudado a jogar o armamento no mar.

Pelo Twitter, a ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã de Marielle, Anielle Franco, disse confiar na investigação da Polícia Federal. 

"Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?", escreveu. 

Mandante desconhecido

Em março de 2023, os assassinatos de Marielle e Anderson completaram cinco anos sem resposta sobre o mandante do crime. O caso é investigado pela PF desde fevereiro. 

As investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.