Bombeiro suspeito de obstruir investigações no caso de Marielle Franco e Anderson Gomes é preso

Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro apontam o sargento como suspeito de ajudar no desaparecimento das armas usadas no crime

Em operação da Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro, um sargento do Corpo de Bombeiros foi preso na manhã desta quarta-feira (10) por ser suspeito de agir no desaparecimento das armas usadas para matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

A prisão do homem, indentificado como Maxwell Simões Corrêa, de 44 anos, aconteceu na própria casa do bombeiro, uma mansão de três andares num condomínio de luxo avaliada em R$ 1,9 milhão, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes no Rio, conforme o Portal G1. No local, também foi apreendido um veículo avaliado em R$ 170 mil. 

De acordo com o MP do Rio, o sargento agiu de maneira deliberada para atrapalhar as investigações com outras quatro pessoas, já denunciadas ao Judiciário. Suel é apontado por ser braço direito do autor dos disparos, Ronnie Lessa. Ele e Élcio de Queiroz, suspeito de dirigir o carro que perseguiu a vereadora, estão presos desde março de 2019. 

"O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto-mar", afirmou o MP.

Em decisão proferida pelo Juízo da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital, a Operação Submersus 2 cumpre mandados de prisão, de busca e apreensão em dez endereços na cidade do Rio ligados a Maxwell e aos outros quatro investigados. 

Deflagrada em outubro de 2019, a operação trabalha com a suspeita de que o material usado para o atentado contra Marielle e Anderson foi jogado no mar da Barra da Tijuca. 

Investigações

Na primeira fase, quatro pessoas foram presas na investigação, são elas: Elaine Lessa, mulher de Ronnie e dona do apartamento onde estavam as armas; Márcio Montavano, conhecido como Márcio Gordo, responsável pela retiradas das caixas de armas do apartamento; Bruno Figueiredo, cunhado de Ronnie e suspeito de ajudar Márcio; e Josinaldo Freitas, o Djaca, que teria jogado as armas no mar. 

Suel já havia prestado depoimento na Delegacia de Homicídios pelo caso. Na ocasião, o bombeiro disse que no dia do atentado estava com a esposa, Aline Siqueira de Oliveira, em uma consulta médica no bairro Botafogo. Apontado por agir com Lessa em denúncia anônima feita para a DH em 15 de outubro de 2018, ele passou a ser investigado pelo crime. 

Nos depoimentos prestados à DH, Suel garantiu ter um álibi, no entanto, houve divergência entre as versões dele e da esposa. Após a consulta, os dois teriam ido a um bar na Barra da Tijuca para assistir a um jogo de futebol. Aline disse que após a partida, voltaram para a casa e não saíram mais. Suel, no entanto, contou ter deixado a mulher em casa e voltado para o bar.