A uma semana para o fim do prazo, a Clia Brasil, que representa as companhias de navios de cruzeiros do País, anunciou que vai estender a suspensão de novas operações até 4 de fevereiro, devido a contaminações recentes de tripulantes pela variante ômicron.
Segundo a Clia, a suspensão “tem como objetivo a continuidade das discussões com as autoridades competentes a fim de alinhar as medidas necessárias para a retomada dos cruzeiros”. A associação ainda destacou que os navios operam com a capacidade mínima de passageiros, além da realização de testagem em massa.
A decisão ocorre um dia após a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a interrupção da atividade por meio de nota técnica. “A Anvisa entende que o cenário atual é desfavorável à continuidade das operações dos navios de cruzeiro.
Nesse sentido, com fundamento no princípio da precaução e a partir de todos os dados disponíveis, recomendou a suspensão definitiva da temporada de navios de cruzeiro no Brasil, como ação necessária à proteção da saúde da população”, dizia a nota da agência.
Infecções entre tripulantes
Em outubro do ano passado, mesmo sem o aval da agência reguladora, o governo autorizou a retomada da temporada de cruzeiros, que teve início no mês seguinte. Até 6 de janeiro, foram registradas 1.177 contaminações entre pessoas que estavam a bordo de cinco cruzeiros.
“Esse aumento pode ser confirmado pelos dados disponíveis, que dão conta da detecção de 31 casos de Covid-19 nos 55 dias iniciais da temporada, de 1º de novembro a 25 de dezembro, com uma explosão acentuada a partir do dia 26 de dezembro, tendo sido registrados 1.146 casos em apenas 12 dias, de 26 de dezembro a 6 de janeiro, o que representa um aumento de 37 vezes nesse período”, destacou a Anvisa.