Após morte do irmão por Covid-19, apóstolo Valdemiro Santiago diz que tomará vacina

Durante a pandemia, o religioso chegou a vender sementes de feijão que dizia ter eficácia no tratamento da doença

O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago disse, nesta terça-feira (29), que vai tomar a vacina contra a Covid-19. A declaração foi feita após o enterro do seu irmão Vanderley Santiago, que faleceu em decorrência do novo coronavírus. 

“Vou me vacinar com certeza. Não que eu confie na vacina, só confio em Deus. Até porque eu devo obediência também, não é?”, disse ao portal ACidadeON São Carlos, do grupo EPTV.

Durante a pandemia, o religioso chegou a vender sementes de feijão que teriam eficácia no tratamento da Covid-19. Na época, a Justiça determinou que o portal do Ministério da Saúde alertasse sobre a falta de eficácia do método. 

O irmão do apóstolo, bispo Vanderley Santiago, de 53 anos, faleceu em São Carlos, São Paulo, na segunda-feira (28). Ele havia tomado a primeira dose da vacina contra Covid-19 em 16 de junho. 

O enterro aconteceu nesta terça-feira, e o corpo foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, também em São Carlos.

Ainda em entrevista ao portal ACidadeON, Valdemiro Santiago disse não ter medo da morte. 

“Fui chamado há 41 anos para preparar pessoas para a morte, ou seja, é a única certeza que você tem até conhecer a verdade, a palavra. Todo mundo que nasce, se entende por gente, sabe que vai morrer, não é verdade?”, afirmou.  

SEMENTES DE FEIJÃO

A Justiça Federal de São Paulo pediu indenização de R$ 300 mil ao pastor Valdemiro e à igreja por prática abusiva da liberdade religiosa e determinou que o Ministério da Saúde alerte sobre o falso tratamento. 


Conforme valores divulgados pela Justiça em janeiro, as sementes eram vendidas por valores entre R$ 100 a R$ 1.000. A determinação à Saúde foi feita em outubro de 2020, e reforçada em janeiro desde ano. 

O ministério chegou a divulgar que é falso que o plantio das sementes comercializadas por Valdemiro  combatiam a doença causada pelo novo coronavírus. No entanto, a indicação foi retirada do ar sob a alegação de que ‘a iniciativa induziu, equivocadamente, ao questionamento da fé e crença de uma parcela da população’.