Após os deslizamentos ocorridos no Morro da Forca, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, moradores da cidade decidiram, por conta própria, deixar as casas em que moram por conta do risco de novos desastres. O desabamento do monte destruiu um casarão do século XIX da prefeitura de Ouro Preto.
Ao perceber uma rachadura que ia do telhado da casa até o solo, o servidor público Daniel Caldas decidiu sair de casa em busca de um local seguro. Ele, que nasceu na cidade de Várzea da Palma (MG), mudou-se para trabalhar na Universidade Federal de Ouro Preto em 2006. “Ouro Preto é uma cidade muito montanhosa, histórica, muito linda, mas, na época de chuvas, se elas forem muito prolongadas como estão sendo a deste ano, a cidade praticamente se derrete”, compara ele.
Daniel mora em um condomínio de casas bem próximo a um dos morros. Somente do residencial em que vive, seis dos 12 imóveis foram desocupados. “Está todo mundo com medo”, lamenta.
A publicitária cearense Andressa Moura, 27, mora em Ouro Preto desde abril de 2021 e estava em casa no momento do deslizamento, na manhã desta quinta-feira (13). “Fiquei sabendo (do deslizamento) pelas redes sociais e pelo meu vizinho, porque a cidade ficou completamente sem internet”, conta. Ela somente conseguiu começar a trabalhar no início da tarde.
“No período de chuvas, todos os dias temos que olhar as nossas casas para ver se elas estão trincadas. Muita gente saiu por medo de desmoronamento”, narra. Segundo ela, a Defesa Civil de Ouro Preto tem prestado assistência a quem busca ajuda.
As rodovias estaduais MG 129 e MG 030, que dão acesso à Ouro Branco; a ponte do bairro Liberdade, que dá acesso à Mariana, está somente em meia pista. Já nas estradas federais, a interrupção acontece na BR 356, após Itabirito e na BR 262, que liga ao município de Ponte Nova, está interrompida próximo à entrada da cidade de Furquim.