Ao menos 300 balsas e dragas ilegais de garimpeiros atracam no Rio Madeira em busca de ouro; VEJA

As embarcações começaram a chegar após a informação de que havia ouro próximo à comunidade de Rosário

Centenas de embarcações de dragagem para o garimpo ilegal se instalaram no Rio Madeira, próximo à comunidade de Rosário, no município de Autazes, a 113 quilômetros de Manaus, em busca de ouro. A ONG Greenpeace denunciou nessa quarta-feira (24) que elas atracaram no local após rumores de uma descoberta recente do minério nobre.

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A Polícia Federal está preparando uma operação para deter as mais de 300 embarcações sem licença ambiental dedicadas à extração ilegal de ouro, segundo o jornal O Estado de São Paulo, que citou fontes do Ministério da Justiça. 

As imagens difundidas pela organização ambiental mostram linhas de embarcações, dispostas uma ao lado da outra, avançando através do leito do rio Madeira. 

Boatos sobre a descoberta de ouro nas proximidades da comunidade de Rosarinho, no Amazonas, levaram balsas e empurradores a descerem o rio Madeira para o local em busca do metal.

Apesar de o garimpo ser uma atividade clandestina comum e de conhecimento público nessa região, o movimento "atípico" em Autazes, que fica a cerca de 100 km de Manaus, chamou a atenção da população, segundo o Greenpeace, que reivindicou maior celeridade às autoridades para deter este "crime ambiental".  

Conforme a organização, as imagens comprovam que os garimpeiros "dominam" a região, e circulam por ali "sem medo e sem serem incomodados". 

Plano de ação

A Superintendência da Polícia Federal no Amazonas disse ao Estadão que está desenvolvendo "conversas interinstitucionais", para definir um curso de ação. 

Um áudio publicado pelo jornal e atribuído a um garimpeiro indica que eles já estão a par da ação policial: "Está saindo um comboio de Manaus", diz uma voz masculina. Outro áudio fala de montar um "paredão" de balsas para impedir qualquer controle.   

Um relatório elaborado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) junto ao Ministério Público Federal (MPF) revelou, em julho, que apenas 34% das 174 toneladas de ouro exploradas entre 2019 e 2020 no Brasil têm comprovação de origem legal. 

Órgãos de controle têm registrado um aumento do desmatamento na Amazônia, atribuído principalmente a atividades ilegais de garimpo e pecuária.