Vaticano publica manual sobre como abordar denúncias de abusos sexuais na Igreja

Os documentos publicados nesta quinta-feira não propõem novas regras, nem pretendem que a justiça da Igreja Católica substitua a justiça civil, destaca o Vaticano

Escrito por AFP ,
Legenda: Papa Francisco transformou a luta contra as agressões na Igreja Católica em uma das prioridades de seu pontificado
Foto: AFP

O Vaticano publicou nesta quinta-feira (16), por iniciativa do papa Francisco, um manual para os eclesiásticos com diretrizes sobre o procedimento a seguir no momento de investigar casos de suposto abuso sexual contra menores de idade dentro da Igreja.

Reunidos em um 'vade mecum', os documentos constituem um instrumento destinado a ajudar as autoridades locais da Igreja na "delicada tarefa de levar adiante corretamente os casos que impliquem religiosos quando são acusados" de abusos de menores de idade, explicou o cardeal espanhol Luis Ladaría Ferrer, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em um comunicado.

Papa Francisco, que transformou a luta contra as agressões na Igreja Católica em uma das prioridades de seu pontificado, convocou em fevereiro de 2019 um encontro de cúpula sem precedentes que reuniu 115 presidentes de conferências episcopais.

Na ocasião se comprometeu a "dar diretrizes uniformes para a Igreja", evocando referências legais já em vigor no plano civil e canônico.

Os documentos publicados nesta quinta-feira não propõem novas regras, nem pretendem que a justiça da Igreja Católica substitua a justiça civil, destaca o Vaticano.

O Vaticano redigiu um formulário para a denúncia do crime. A pessoa responsável deve informar a identidade do padre suspeito, seus diferentes ministérios, a data dos fatos e o nome da ou das supostas vítimas, as medidas adotadas pela autoridade eclesiástica, assim como, em caso de processo criminal, o nome do promotor. e dos advogados designados.

Há vários anos, a Igreja Católica enfrenta uma tempestade com as revelações constantes de escândalos de agressões de pedófilos cometidas durante décadas por padres ou religiosos, geralmente acobertados pela hierarquia em vários países, em particular Estados Unidos, Chile ou Alemanha.