Canadá registra temperaturas de quase 50°C e calor causa mortes súbitas
A Polícia informou que a maioria das vítimas são idosos
Uma onda de calor atinge o oeste do Canadá, termômetros chegaram a marcar 49,5ºC nesta terça-feira (29), um recorde, segundo as autoridades. Desde segunda-feira (28), dezenas de pessoas morreram repentinamente na região de Vancouver, a polícia relaciona os óbitos às altas temperaturas.
“Acreditamos que o calor contribuiu para a maioria das mortes”, disse um comunicado policial, acrescentando que a maioria das vítimas é de idosos.
Dois escritórios da Real Polícia Montada Canadense (RPMC) na região de Vancouver anunciaram que pelo menos 134 pessoas morreram repentinamente desde a segunda-feira, quando a onda de calor atingiu seu pico de temperatura, que também afeta o oeste dos Estados Unidos.
"Este momento pode ser mortal para os membros vulneráveis de nossa comunidade, especialmente os idosos e aqueles com problemas de saúde subjacentes", disse o porta-voz do Burnaby RMPC, Mike Kalanj, solicitando as pessoas para "verificarem como estão seus familiares queridos e vizinhos".
A mensagem foi imediatamente reforçada pelo primeiro-ministro da província da Colúmbia Britânica, John Horgan: "Esta é a semana mais quente que os habitantes desta região já viveram", disse ele em entrevista coletiva.
Vancouver, localizada na costa do Pacífico, há vários dias registra temperaturas acima de 30 graus Celsius, bem acima dos 21 graus que temos em média nesta época.
Na segunda-feira, o Canadá registrou um novo recorde histórico de altas temperaturas, com 47,9 graus Celsius em Lytton, na Colúmbia Britânica, cerca de 250 quilômetros a leste de Vancouver.
Situação 'preocupante'
“A duração dessa onda de calor é preocupante, pois quase não há trégua à noite (...) Essa onda de calor recorde aumentará o risco de doenças relacionadas ao calor”, alertou o Ministério do Meio Ambiente canadense em sua página sobre o clima.
Além da Colúmbia Britânica, também foram emitidos alertas para as províncias mais orientais de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, além de partes dos Territórios de Yukon e do Noroeste, no norte do Canadá.
Condicionadores de ar e ventiladores estão em falta na região. As cidades abriram centros de resfriamento, além de cancelar campanhas de vacinação contra a Covid-19 e fechar escolas.
A onda de calor também afetou cidades americanas ao sul de Vancouver no início desta semana, como Portland (Oregon) e Seattle (Washington), também conhecidas por seu clima ameno e úmido, onde a temperatura atingiu os maiores índices desde o início de seus registros, em 1940.
Na tarde de segunda-feira, foram registrados 46,1 graus Celsius no aeroporto de Portland e 41,6 no aeroporto de Seattle, de acordo com leituras do United States Weather Service (NWS).
A onda de calor, que provocou vários incêndios florestais em ambos os lados da fronteira EUA-Canadá, se deve a um fenômeno conhecido como "cúpula de calor", em que altas pressões prendem o ar quente na região.
"As ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas à medida que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam as temperaturas globais. Elas começam mais cedo e terminam mais tarde, causando um impacto cada vez maior na saúde humana e nos sistemas de saúde", alertou a Organização Meteorológica Mundial, com sede em Genebra, Suíça.