O chamado "roubo do século", de 100 milhões de dólares em joias e diamantes, foi desvendado após uma reclamação sobre lixo jogado em um terreno na Bélgica. O caso ocorreu em 2003, no "Distrito dos Diamantes", e nesta semana voltou a repercutir ao sair no podcast "Que história", da BBC News.
Em 17 de fevereiro de 2003, criminosos saquearam uma caixa-forte (que continua vários cofres individuais) em Antuérpia, e a polícia não conseguia achar pistas sobre o paradeiro, até que um morador resolveu fazer uma ligação para o serviço público falando sobre sujeira em sua propriedade.
O aposentado August Van Camp, dono de uma mercearia, passeava com suas duas cadelinhas na floresta do terreno diariamente, e percebeu algo estranho.
"Eram documentos, papéis rasgados, títulos, pedaços de dinheiro, e envelopes em que estava impresso 'Centro de Diamantes, Antuérpia', contendo pequenos diamantes verdes", informou o investigador belga Patrick Peys, que trabalhou à época na unidade especializada em roubo de diamantes.
Em meio ao material encontrado no lixo, as equipes de investigação encontraram o recibo de uma mercearia italiana que ficava perto da região onde ocorreu o roubo dos diamantes.
Com isso, chegou-se a uma gangue de cinco pessoas chamada "Escola de Turim". Cada um tinha uma alcunha: o Gênio, o Monstro, o Ligeirinho e o Rei das Chaves. Todos foram presos, menos o Rei das Chaves, especialista em falsificar itens. Ele teria recriado a chave necessária para abrir a porta da caixa-forte.
Capital dos diamantes
O crime foi intitulado de "roubo do século", pois Antuérpia é a capital dos diamantes. Por lá, passam mais de 80% dos diamantes brutos encontrados em todo o mundo, para serem ou comercializados, ou lapidados. Por lá, mais de 50 bilhões são movimentados anualmente.
A caixa-forte roubada em 2003 possuía 189 cofres individuais dentro dela. Foram abertos mais de 100 deles, segundo o investigador Peys.
"Havia diamantes, moedas de ouro, bolsas e joias espalhados pelo chão. Depois tivemos de verificar as solas dos sapatos, para ter certeza de que não havia ficado um diamante preso ali. E também notamos que havia alguns diamantes verdes extremamente pequenos no chão do cofre-forte", relatou à BBC.
O grupo criminoso desativou os alarmes de segurança por meio de ferramentas, e levaram as fitas das gravações das câmeras de segurança do prédio.