Recrutas são mortos em ataque ucraniano a depósito de armamentos russos

As vítimas estavam em um quartel ao lado do depósito atacado

O exército ucraniano realizou, no último sábado (31), ataque com foguetes Himars, fabricados nos Estados Unidos, contra depósito de munições vizinho a quartel feito para abrigar alguns dos 320 mil reservistas convocados no fim do ano passado. As informações são da Folha de São Paulo.

O Ministério da Defesa russo admitiu 63 mortes, enquanto o mesmo ministério ucraniano estimou mais de 400 vítimas. O exército russo, que raramente divulga suas baixas, nunca relatou tantas mortes entre suas tropas em um único ataque. 

Segundo o blogueiro militar pró-guerra russo, Rybar, e pelo ex-oficial do Serviço de Segurança Federal (FSB), Igor Girkin, o depósito de munição, localizado em Makiivka, estava adjunto aos dormitórios e havia 600 pessoas no local na hora do ataque. Imagens em redes sociais mostram o prédio totalmente em escombros.

CAMPANHA DE RECRUTAMENTO

Este seria o pior golpe sofrido pela campanha de recrutamento de Vladimir Putin. As críticas, até de aliados, em rede nacional de TV fizeram os critérios arbitrários serem revistos, e o processo foi acelerado para ser tido logo como encerrado. 

A mobilização, decretada no fim de setembro, gerou a primeira queda na popularidade de Putin, desde o começo da guerra. A expectativa é de que uma nova mobilização seja necessária caso a guerra continue em um impasse.

SITUAÇÃO DA GUERRA

Os mísseis de alta precisão não possuem poder para o estrago visto nas imagens, que foi muito influenciado pelo erro crasso de posicionamento do quartel junto aos armamentos. Contudo, tal acontecimento pode fortalecer as novas ofensivas do Kremlin, após passar os últimos meses num movimento múltiplo.

Apesar de não possuir controle total da região composta por Kherson, Lugansk, Donetsk e Zaporíjia, região que foi declarada russa por Moscou, as forças de Putin se retiraram para posições mais facilmente defensáveis, recuando para a margem leste do rio Dnieper.

Segundo relatos, os combates mais violentos da guerra encontram-se em Donbass, mais precisamente em Donetsk, onde Moscou lança ondas de ataques aéreos com mísseis e drones, para destruir a infraestrutura energética ucraniana em pleno inverno. Com isso, eles tentam ganhar tempo e reorganizar suas forças, além de minar o espírito dos ucranianos.