Quem é Kamala Harris, apoiada por Biden para assumir a candidatura democrata nos EUA

Vice-presidente dos Estados Unidos é uma das favoritas ao posto após Joe Biden desistir da reeleição

Após Joe Biden anunciar a desistência de disputar a reeleição à presidência dos Estados Unidos, o político democrata declarou “apoio e endosso total” à vice-presidente Kamala Harris para assumir a candidatura do partido nas eleições de 2024.

Primeira mulher a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala desponta como um dos principais nomes para, de fato, virar a candidata oficial dos Democratas após o apoio público de Biden. Nomes como Hillary e Bill Clinton também já anunciaram apoio à vice.

Nas redes sociais, ele escreveu que, em 2020, teve como primeira e “melhor” decisão, enquanto então candidato, a escolha do nome de Kamala para vice-presidente. 

“Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano. (...) É hora de nos unirmos e derrotar Trump”
Joe Biden
presidente dos EUA

Biden ainda compartilhou um site de recebimento de doações e convidou os eleitores a contribuírem com a “campanha dela”, já em alusão a Kamala. 

Quem é Kamala Harris?

A atual vice-presidente dos Estados Unidos tem 59 anos, é formada em Direito e Ciências Políticas e, antes do atual cargo, foi senadora pela Califórnia entre 2017 e 2020, atuando antes, ainda, como procuradora de São Francisco e do Estado.

Em 2020, Kamala foi pré-candidata democrata à Casa Branca, mas acabou perdendo apoio durante a corrida interna do partido e, então, compondo a chapa como vice. A escolha pela então senadora agregou votos de pessoas negras e mulheres em Biden.

Apesar das expectativas quanto ao papel de Kamala durante o mandato e pelo papel “natural” de sucessora de Biden, ela acumula índices baixos de popularidade e aprovação. 

No entanto, em pesquisa do instituto Morning Consult, a vice seria o nome mais apoiado por democratas para substituir o atual presidente, com 30% das menções. 

Entre as ações da vice-presidente, estão os trabalhos para lidar com a questão migratória na fronteira EUA-México, a defesa do direito ao aborto legal no país e falas contundentes sobre conflitos globais, elevando o tom contra a Rússia e Israel.

Outras mulheres cotadas para vaga

Além de Kamala, a ex-primeira dama Michelle Obama, Hillary Clinton, também ex-primeira dama e candidata democrata em 2016, e a governadora democrata do Michigan, Gretchen Whitmer, são nomes cotados para disputar a presidência no lugar de Joe Biden.

As duas ex-primeiras-damas ainda não se manifestaram sobre a desistência de Biden, mas não há apenas manifestações sérias, sobretudo em relação a Hillary. Muitos lembram sobre como ela foi derrotada por Trump em 2016 e alguns comentam "God Save America", diante da defesa do nome dela por alguns democratas.

O caso de Michelle é um pouco diferente. No fundo, muitos democratas acreditam que a ela teria condições de derrotar Trump e poderia angariar apoio de muitos americanos, animando-os para ir até as urnas, o que é essencial em um país onde o voto não é obrigatório.

A governadora do Michigan já disse, após a desistência de Biden, que fará de tudo para manter a liderança democrata na Casa Branca e impedir Trump de voltar ao comando do país. "Meu trabalho nesta eleição continuará o mesmo: fazer tudo o que puder para eleger democratas e impedir Donald Trump, um criminoso condenado, cuja agenda de aumentar os custos das famílias, proibir o aborto em todo o país e abusar do poder da Casa Branca para acertar as suas próprias contas é completamente errada para Michigan", disse a democrata.