Em discurso que marcou um ano desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a saída do País do acordo de controle de mísseis. A fala ocorreu um dia após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitar Kiev, a capital ucraniana.
Em seu pronunciamento, Putin garantiu que a Rússia não tomará a iniciativa de atacar, mas ponderou que a nação está pronta para reagir a qualquer ameaça.
"Eles (ocidentais) querem transformar um conflito local em global. Nós entendemos desta forma e vamos reagir de forma adequada. A Rússia não pode ser derrotada", disse.
Acordo de controle nuclear
Rússia e Estados Unidos possuem, como herança da Guerra Fria, os maiores arsenais nucleares do mundo. Em 2010, as nações assinaram o New Start, um acordo que limitava em 1,6 mil a quantidade de ogivas nucleares disponíveis. A ideia inicial era de que o acordo valesse até 2026.
"Sou forçado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas", disse Putin.
Após a fala do presidente russo, Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, lamentou e pediu que Putin reconsidere a saída do acordo. "Mais armas nucleares e menos controle tornam o mundo mais perigoso", disse.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, criticou a decisão do russo. "Estaremos observando atentamente para ver o que a Rússia realmente faz. É claro que nos certificaremos de que, em qualquer caso, estejamos posicionados adequadamente para a segurança de nosso próprio país e de nossos aliados", disse.