Em seu primeiro dia em Lisboa para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o papa Francisco se reuniu, nesta quarta-feira (2), com 13 vítimas de abusos sexuais de menores cometidos por membros do clero português. O encontro, que não estava na agenda oficial, ocorre seis meses após a divulgação de um relatório. A liderança Católica pediu desculpas às vítimas.
"Isso é muitas vezes acentuado pela decepção e raiva que alguns alimentam em relação à Igreja, em alguns casos pelo nosso mau testemunho e pelos escândalos que desfiguraram seu rosto, e que pedem uma purificação humilde e constante, a partir do grito de dor das vítimas, que devem ser sempre acolhidas e ouvidas", disse o pontífice.
Um relatório de peritos independentes revelou, em fevereiro, que pelo menos 4.800 menores foram abusados sexualmente em contexto religioso em Portugal desde 1950.
Segundo a investigação, as agressões foram acobertadas pela cúpula eclesiástica de forma 'sistemática'. O papa reconheceu que era necessário "mudar a cultura da Igreja".
Jornada Mundial da Juventude
Mais de um milhão de fiéis de todo o mundo são esperados em Lisboa, Portugal, para a 16ª edição da Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica, até o próximo dia 6 de agosto.
O encontro foi criado pelo papa João Paulo II em 1986 e constitui o maior encontro católico do mundo. A Jornada estava prevista para agosto de 2022, mas foi adiado devido à pandemia de Covid-19.