Os seis países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vizinhos da Rússia (Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia, Noruega e Polônia) anunciaram que irão construir um "muro de drones" para defender suas fronteiras de "provocações".
Segundo o jornal O Globo, o anúncio foi feito por uma porta-voz da Lituânia depois que Moscou apagou de seu site oficial um documento que previa a alteração unilateral dos limites marítimos no Mar Báltico, e removeu boias que demarcavam a divisa com a Estônia.
A região do Mar Báltico, um dos mais movimentados do mundo, vem enfrentando tensões há mais de dois anos, desde o início da invasão russa na Ucrânia.
A ministra do Interior da Lituânia, Agne Bilotaite, afirmou à agência de notícias BNS que o muro de drones se trata de "algo completamente novo" que permitirá que os países se protejam contra "provocações de países hostis" e irá impedir o contrabando.
O muro, cujo projeto ainda não teve data de conclusão divulgada, se estenderá da Noruega à Polônia. A estratégia visa ainda implementar um sistema antidrone para deter veículos aéreos não tripulados de países considerados inimigos.
O chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que a remoção das boias "faz parte de um padrão mais amplo de comportamento provocativo e ações híbridas da Rússia", e que ações como essas são inaceitáveis. "A União Europeia espera uma explicação da Rússia sobre a remoção das boias e seu retorno imediato", destacou.
Para que servem as boias?
As cerca de 250 boias retiradas pela Rússia são instaladas anualmente no rio Narva para marcar a divisa marítima entre os países e evitar que navios adentrem acidentalmente nas águas de outro país.
A operação precisa ser revisada a cada primavera, pois o leito do rio muda com o tempo. Porém, desde o ano passado, a Rússia tem entrado em conflito com a Estônia em relação à colocação das boias.
Não é a primeira vez que os países mantêm relações difíceis. Desde a independência da Estônia, conquistada em 1991, o pequeno país tem tido problemas com Moscou.
Segundo O Globo, a tensão aumentou especialmente depois que a Estônia aderiu à União Europeia e à Otan, em 2004 – e piorou em 2022, quando a Estônia criticou a invasão russa à Ucrânia.