O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou nesta quinta-feira (6) que vai conceder perdão a todos os presos federais detidos apenas por posse de maconha. Em anúncio feito no seu perfil do Twitter, o democrata afirmou que está tomando medidas para encerrar a abordagem falha do sistema judiciário dos EUA.
"Como eu já disse, ninguém deve estar na cadeia apenas por usar ou portar maconha", iniciou o comunicado. Uma das propostas de sua campanha à presidência em 2020 foi a descriminalização da maconha.
Ao falar sobre o perdão, Biden afirmou que milhares de pessoas não conseguem emprego, moradia ou oportunidades educacionais por já terem sido condenadas por posse simples de drogas. "Meu perdão removerá este fardo", disse o presidente.
Biden anunciou também que irá pedir aos governadores que concedam perdão aos presos estaduais por porte de maconha. Como o país é uma república federalista, os estados têm autonomia de governo. Dessa forma, a medida de Biden vale apenas para presos federais.
Posse de maconha
"Assim como ninguém deveria estar em uma prisão federal apenas por portar maconha, ninguém deveria estar em uma prisão local ou estadual por esse motivo também", afirmou o presidente.
Uma terceira medida anunciada pelo presidente norte-americano é a reclassificação da gravidade da maconha pelo sistema judiciário. "Classificamos a maconha no mesmo nível da heroína – e mais grave que o fentanil. Isso não faz sentido", diz o comunicado. Biden disse que irá pedir ao secretário de Saúde e Serviços e ao Procurador Geral para iniciar a revisão.
Segundo o portal estado-unidense CNN, números oficiais indicam que 6,5 mil pessoas já foram condenadas por posse simples de maconha. O anúncio do presidente aponta que, mesmo com as mudanças nas regulações federais e estaduais, limitações no tráfico e venda de maconha ainda são necessárias.
"Mandar pessoas para a prisão por posse de maconha já derrubou muitas vidas – por conduta que é legal em muitos estados. Isso é antes de você abordar as claras disparidades raciais em torno da acusação e condenação. Hoje, começamos a corrigir esses erros", finalizou o presidente.