Israel retira milhares de soldados de partes de Gaza pela primeira vez desde outubro

O conflito, segue autoridades israelenses, deverá continuar

Milhares de soldados israelenses estão deixando a Faixa de Gaza, informaram nesta segunda-feira (1º) as Forças Armadas do país. Trata-se da primeira retirada significativa de tropas desde o início da guerra, porém forças de Israel continuam presentes na principal cidade no sul do enclave. A guerra teve início em outubro de 2023. 

O movimento das tropas poderia significar que os confrontos estão sendo reduzidos em algumas áreas de Gaza, sobretudo na metade norte da região, onde militares haviam dito estarem próximos de assumir o controle operacional. Israel tem sido pressionado pelo seu principal aliado, os Estados Unidos, a começar a fazer uma transição para um confronto de menor intensidade.

Os militares israelenses afirmaram nesta segunda-feira em comunicado que cinco brigadas estavam sendo retiradas de Gaza nas últimas semanas para treinamento e repouso. Em briefing no domingo (31) Daniel Hagari, porta-voz do Exército, anunciou a retirada, sem especificar o número de soldados que saíam de Gaza nem dizer se isso significava uma nova fase da guerra.

"Os objetivos da guerra exigem combate prolongado, e estamos nos preparando de acordo", afirmou.

Motivação do recuo

Os relatos sobre um recuo ocorrem antes de uma visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, à região, após o governo Joe Biden ter contornado o Congresso pela segunda vez em dezembro para aprovar vendas de armas emergenciais para Israel.

Mas os duros confrontos continuam em outras áreas da Faixa de Gaza, sobretudo na cidade de Khan Younis, no sul do país, e em zonas centrais do território. Israel afirma que manterá os ataques até que seus objetivos na guerra sejam atingidos, inclusive desmantelar o Hamas, que controla Gaza há 16 anos. 

Foguetes disparados em 1º de janeiro

O sistema de defesa de Israel interceptou 12 foguetes lançados de Gaza poucos minutos após o Ano Novo. Sirenes foram disparadas nas regiões sul e central do País.

Os foguetes foram testemunhados por jornalistas de diversos jornais que cobrem a guerra na Faixa de Gaza. O ataque foi assumido por Brigadas Al-Qassam, braço militar do Hamas. As informações são da CNN.

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Em comunicado, o o Al-Qassam disse que bombardeou Tel Aviv, cidade na costa israelense, com uma série de foguetes "M90" por volta da meia-noite, no horário local.

Também em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que "não haverá Ano Novo Feliz" até que os réfens israelenses presos em Gaza não sejam libertados.

"Ano Novo, o mesmo terrorismo do Hamas. Enquanto 129 israelenses ainda são mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza, o Hamas decidiu começar 2024 lançando uma série de foguetes contra Israel. Não haverá Ano Novo feliz até que todos estejam em casa", afirmaram as Forças de Segurança de Israel.

Guerra entre Israel e Hamas

Israel tem prometido esmagar as forças do Hamas e sua capacidade de governar, na guerra detonada pelo ataque do grupo militante em 7 de outubro no sul israelense, que deixou 1.200 mortos. Quase 240 pessoas foram feitas reféns no episódio.

Israel respondeu com uma ofensiva por ar, mar e terra, que já matou mais de 21.800 pessoas na Faixa de Gaza, dois terços delas mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, que não diferencia civis e combatentes nessa contagem. Israel diz que mais de 8 mil militantes foram mortos, sem fornecer evidências, e culpa o Hamas pelo alto número de civis mortos, dizendo que os militantes usam para se esconder áreas residenciais, inclusive escolas e hospitais.

A guerra forçou o deslocamento de cerca de 85% dos 2,3 milhões de moradores em Gaza