França emite ordem de prisão internacional contra brasileiro Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan

O executivo é investigado por pagamentos suspeitos na ordem de US$ 16,3 milhões

A justiça francesa emitiu uma ordem de prisão internacional contra o brasileiro Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, no âmbito de uma investigação por abuso de bens sociais e lavagem de dinheiro, informou o Ministério Público nesta sexta-feira (22).

O executivo, que também tem nacionalidade franco-libanêsa vive em Beirute desde a fuga do Japão em 2019.

Se a ordem de prisão for executada, Ghosn será apresentado diretamente a um juiz de instrução em Nanterre, na região de Paris, que o notificará sobre a investigação.

A justiça francesa investiga pagamentos de quase 15 milhões de euros (US$ 16,3 milhões) considerados suspeitos entre a aliança Renault-Nissan e a distribuidora da montadora francesa em Omã, a Suhail Bahwan Automobiles (SBA).

O juiz de instrução de Nanterre emitiu cinco ordens de prisão internacionais, que além de Ghosn afetam "os atuais proprietários ou os executivos da empresa SBA de Omã". 

"Esta ordem é muito surpreendente porque o juiz de instrução e o promotor de Nanterre sabem perfeitamente que Carlos Ghosn, que sempre cooperou com a justiça, tem uma proibição judicial de abandonar o território libanês", afirmou Jean Tamalet, um dos advogados do ex-CEO da Nissan, que trabalha para o escritório King and Spalding.

Como parte da investigação, os magistrados de Nanterre viajaram duas vezes a Beirute.