EUA lançam ajuda aérea na Faixa de Gaza para afastar ameaça da fome

Segundo a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes do território estão ameaçados pela fome

Os Estados Unidos começaram a lançar neste sábado (2) suprimentos alimentícios por meio de aviões para a população da Faixa de Gaza, que corre risco de fome, segundo a ONU, após quase cinco meses de conflito entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

A entrega, realizada pela Força Aérea dos EUA, ocorre dois dias depois de soldados israelenses dispararem contra uma multidão faminta que cercava um comboio de ajuda humanitária no norte de Gaza. Após o incidente, vários países enviaram por ar pacotes de ajuda humanitária.

Entre os países que prestaram socorro estão a Jordânia, com o apoio da França, Holanda e do Reino Unido, e o Egito, que contou com a cooperação dos Emirados Árabes.

A ONG International Rescue Committee alertou que a entrega aérea de ajuda "não pode nem deve substituir o acesso humanitário".

Hisham Abu Eid, um morador de 28 anos do bairro de Zeitun, em Gaza, disse que recebeu sacos de farinha na quinta-feira (29). "Mas isso não é suficiente. Todo mundo tem fome. A ajuda é escassa e insuficiente", afirmou.

De acordo com a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes do território estão ameaçados pela fome, após quase cinco meses de conflito.

O Comando Central dos EUA (CentCom) na região informou que três aviões militares de carga C-130 "lançaram mais de 38.000 rações ao longo da costa de Gaza".

Negociações

No campo diplomático, Catar, Estados Unidos e Egito tentam chegar a um acordo de trégua de seis semanas, que inclui a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos e a entrada de grandes quantidades de ajuda em Gaza.

Biden reconheceu ontem que a tragédia ocorrida durante a distribuição da ajuda complicou as negociações de trégua, mas disse esperar que um acordo a esse respeito seja alcançado até 10 de março.