A falta de trabalhadores em Portugal tem impossibilitado o preenchimento de vagas no turismo, na construção civil e no setor de bares e restaurantes. Levantamentos feitos no país europeu mostram que, juntas, as três áreas precisariam contratar até 150 mil pessoas. No entanto, faltam interessados nas oportunidades.
Durante um congresso em Albufeira, no Algarve, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raul Martins, apontou que o turismo precisaria de 15 mil trabalhadores para a retomada da economia.
A demanda por contratação é ainda maior na região praiana de Algarve. Segundo o diretor do Grupo Nau, Mário Azevedo Ferreira, ainda é preciso contratar até 60 mil pessoas.
O problema fez com que empresas de hotelaria recrutassem trabalhadores no Brasil, como o grupo Vila Galé, que possui unidades nos dois países.
Outros segmentos
Contudo, outros setores também encontram dificuldade de mão de obra. Um levantamento do "Jornal de Notícias" indica que a construção civil precisaria de 70 mil trabalhadores e os restaurantes de outros 25 mil.
Entre os motivos para o desinteresse nas vagas disponíveis, estão o envelhecimento da população em idade ativa, pagamento de subsídios e emigração para outros países europeus em busca de melhoria de salários.
Ao jornal, o diretor-executivo da associação do setor mobiliário, Gualter Machado, informou que há vagas de estofadores com salário de € 2 mil (R$ 12 mil), mas não encontra interessados. O segmento precisa de 5 mil pessoas ao todo.