Os confrontos mais recentes entre Israel e grupos palestinos já deixam pelo menos 50 mortos, segundo a AFP. Bombardeios israelenses na Faixa de Gaza e foguetes lançados por movimentos armados da Palestina causaram destruição e centenas de feridos na região.
Até o momento, os confrontos deixaram pelo menos 48 palestinos mortos em Gaza — incluindo 14 menores de idade e três mulheres -, além de dois palestinos falecidos na Cisjordânia ocupada e cinco israelenses.
Na terça-feira (11), um ataque aéreo de Israel derrubou um prédio de 12 andares em Gaza. Edifícios próximos também foram afetados. Em resposta, o grupo palestino Hamas disparou 130 foguetes contra Tel Aviv, em Israel.
O exército israelense afirmou que, desde segunda-feira (10), grupos palestinos lançaram mais de mil foguetes contra Israel. Quase 850 foram interceptados pelo sistema de defesa ou caíram em Israel, segundo o porta-voz israelense Jonathan Conricus.
Outros 200 caíram dentro da Faixa de Gaza - território palestino na fronteira entre Israel e Egito disputado pelos iraelitas.
Os bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos doze crianças mortas e mais de 300 feridos, segundo balanço do ministério da Saúde do território palestino.
Escalada de violência
Israel organizou centenas de ataques aéreos contra o território palestino de Gaza, controlado pelo Hamas, dirigidos contra o que exército descreve como 'áreas militares palestinas'.
Além do crescente número de mortos, centenas de palestinos ficaram feridos e muitos foram retirados dos escombros de edifícios. Do lado israelense, mais de 100 pessoas ficaram feridas.
Na terça-feira (11), o exército israelense afirmou que o ataque ao prédio de 12 andares tinha como alvos o 'chefe de inteligência militar' do Hamas, Hasan Kaogi, e o "diretor de contrainteligência" do movimento islamista armado, Wael Isa.
"Se (Israel) quer uma escalada, estamos preparados", declarou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que pediu a retirada das forças de segurança da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém Oriental, cenário nos últimos dias de confrontos entre a polícia israelense e manifestantes palestinos.
"Ainda há muitos alvos. Isto é apenas o começo", advertiu o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, que era o comandante do exército durante o conflito em Gaza de 2014.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas "será atacado de uma maneira que não espera".
Causa dos conflitos
A violência em Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade ocupada, começou na semana passada. Na sexta-feira (7), milhares de fiéis se reuniram na Esplanada das Mesquitas para a última grande oração antes do fim do Ramadã - mês de jejum muçulmano.
Os palestinos protestaram contra a proibição de acesso à Cidade Velha e a comemoração do 'Dia de Jerusalém', na segunda-feira (10), feriado nacional que celebra a ocupação do território palestino por Israel em 1967.
Este ano, o 'Dia do Jerusalém' coincidiu com o fim do Ramadã. A Esplanada é o terceiro local mais sagrado do Irlá. Para os judeus, é chamado Monte dos Templos e o local mais sagrado.
Em Jerusalém Oriental, os tumultos se intensificaram também após manifestação de apoio às famílias palestinas ameaçadas de expulsão. A polícia israelense reprimiu os manifestantes e afirmou que eles atiraram projéteis contra as forças de segurança.
O tribunal distrital de Jerusalém decidiu que os palestinos do bairro Shaykh Jarrah devem ser despejados em favor das famílias judias que reivindicam os direitos de propriedade no bairro.
A audiência de expulsão das famílias, marcada para segunda-feira (10), precisou ser adiada devido ao risco de mais confrontos.
Os confrontos na esplanada deixaram centenas de feridos. Cerca de 520 palestinos e 32 policiais israelenses foram atingidos.
A questão do status de Jerusalém é um dos principais pontos de discórdia entre Israel e os palestinos. Israel considera a cidade inteira como sua capital "indivisível", enquanto os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital de seu futuro estado.
Possibilidade de guerra em grande escala
A comunidade internacional está alerta para o confronto e pede pelo apaziguamento dos conflitos. Os ataques aéreos israelenses são os mais intensos desde 2014, na guerra de Gaza.
Na terça-feira (11), o enviado da ONU ao Oriente Médio, Tor Wennesland, afirmou que Israel e Hamas se encaminham para uma 'guerra em grande escala'.
"Uma guerra em Gaza seria devastadora e as pessoas pagariam o preço", disse o diplomata. O Conselho de Segurança da ONU se reúne desde o início da semana para discutir os conflitos.
Os presidentes de Rússia e Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyp Erdogan, pediram pela 'desescalada' dos conflitos e expressaram grande preocupação, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (12).
Erdogan pediu uma posição da comunidade internacional e uma "lição firme em Israel".