Após encontro com ministro de Maduro, Celso Amorim se reúne com oposição na Venezuela

Assessor está na Venezuela como observador das eleições no país

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, teve um encontro com representantes da oposição ao presidente Nicolás Maduro neste sábado (27). Um dia antes, Amorim havia se reunido com o chanceler do país, Yvan Gil.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Amorim também teve reunião com o Centro Carter, organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.

Representantes da entidade estão no país para acompanhar as eleições deste domingo. A informação do encontro foi noticiada pelo jornal O Globo.

ENCONTRO COM CHANCELER

Através das redes sociais, o chanceler venezuelano declarou que o encontro com Amorim foi cordial e ambos discutiram "a impecável organização do processo por parte do nosso Poder Eleitoral; um dos mais transparentes e seguros do mundo".

Outros observadores internacionais da eleição foram proibidos de desembarcar e permanecer no país pelo governo venezuelano.

Uma delegação de ex-presidentes foi impedida de desembarcar, assim como um grupo de deputados de Chile, Colômbia, Argentina e Espanha.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NA VENEZUELA

A eleição presidencial da Venezuela ocorre no domingo (28). Ao todo, dez candidatos disputam o cargo. Mais de 21 milhões de eleitores estão registrados na Venezuela para votar. A votação não é obrigatória e é feita em máquinas eletrônicas.

O atual presidente da Venezuela, Maduro, de 61 anos, tem como principal rival o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, indicado pela aliança opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) devido à inabilitação política de sua candidata original, María Corina Machado, e outros dirigentes.

Há cerca de 10 dias, Maduro advertiu que há risco de "um banho de sangue" no país, caso a oposição vença. A fala repercutiu até entre políticos aliados, como os presidentes do Brasil e do Chile, Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric, que expressaram preocupação.