Um equipamento de última geração que já está sendo instalado no Ceará irá permitir tratar ao menos três tipos de câncer nos pacientes sem "alternativas de recuperação por meio de quimioterapia ou transplante de medula". A informação é do professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fernando Barroso.
A nova terapia CAR-T Cell usa células do próprio paciente e não de medicamentos sintéticos para tratar, por exemplo, linfoma, leucemia linfoide aguda e mieloma múltiplo. O método extrai as células de defesa (linfócitos do tipo T) e as molda em laboratório.
Nesse processo, os linfócitos são alterados através da inserção de um vetor viral em seu DNA, produzindo, assim, as chamadas células CAR-T. Ao serem inseridas no corpo, elas passam a atuar reprogramando as células do paciente contra a doença, ou seja, elas começam a matar as células doentes.
Início do tratamento
O primeiro paciente do Ceará deve ser submetido ao novo tratamento ainda neste ano por meio de uma parceria do Hemoce com a UFC. Após o processo de instalação, que ainda está acontecendo, será feita a etapa de validação e treinamento da equipe.
Segundo o professor Fernando Barroso, que também é coordenador do Centro de Processamento Celular do Hemoce, o CAR-T Cell diminui os custos de tratamentos para o câncer já oferecidos pela indústria farmacêutica, como a imunoterapia.
"É uma terapêutica nova e revolucionária. Ela já está estabelecida na Europa e nos Estados Unidos, mas, no Brasil, está iniciando agora. O Brasil está começando a desenvolver esses centros agora, e estamos entrando no início desse processo”, ressalta.