Familiares, amigos e colegas de farda estiveram presentes ontem ao velório do soldado Herculano
Um clima de profunda revolta e dor, além de pedidos veementes de justiça, marcaram, ontem, o velório e sepultamento do soldado Raimundo Herculano Correia Júnior, 36 anos. O policial militar, que era lotado na 3ª Companhia do 5º BPM (Pirambu), foi assassinado na tarde de sábado (16) com um tiro de espingarda tipo ´socadeira´ ao tentar escapar de um assalto na Estrada da Tangueira, via que liga os municípios metropolitanos de Pacatuba e Maranguape.
O imóvel onde residia o PM, junto com a esposa e dois filhos menores, na Rua Marcílio Dias, no Pirambu, a poucos metros do 7º Distrito Policial, ficou pequeno, na manhã de ontem, para receber todos os que queriam prestar homenagens ao soldado e dar-lhe o último adeus, além de solidarizarem-se com a dor dos familiares. Os pais, irmãos e a esposa do PM estavam inconsoláveis.
O pai do soldado, o aposentado Raimundo Herculano, e a esposa do PM, Érica Alves Martins, não saíram um instante de junto do caixão. Já sua mãe, dona Antônia Faustino Correia, teve que ser amparada várias vezes pelos outros filhos, demonstrando desespero diante da tragédia familiar.
Se fizeram presentes ao velório dezenas de colegas de farda do soldado Raimundo Herculano. No rosto, a profunda tristeza pela perda do amigo, apontado como um homem de bem, querido e bastante extrovertido, embora se mostrasse estressado nos últimos tempos. Justamente por conta disso, aliado a outros pequenos problemas de saúde, havia deixado o trabalho nas ruas.
Atualmente, o policial desenvolvia atividades internas na 3ª Companhia do 5º BPM. Ele estava na Polícia há sete anos e já havia atuado por algum tempo na Força Tática de Apoio (FTA) de sua companhia. Casado com Érica Alves Martins, ele tinha dois filhos menores, de 10 e quatro anos, respectivamente. Por outro lado, três parentes de Raimundo Herculano também são policiais militares.
O sepultamento do PM aconteceu no meio da tarde de ontem, no Cemitério Parque da Saudade, em Maracanaú. Antes, no mesmo local, foi celebrada uma missa de corpo presente. Um homem que apresentou-se como cunhado da vítima não permitiu o trabalho da imprensa no local.
ACUSADOS DO CRIME
Continuam as buscas ao outro envolvido
Homens do Serviço de Inteligência da Polícia Militar e policiais civis e militares lotados em Maranguape, Pacatuba e Maracanaú estão trabalhando articulados na tentativa de capturar Antônio Carlos Martins da Costa, o ´Novinho´, apontado como o autor do disparo que resultou na morte do policial militar Raimundo Herculano Correia Júnior.
´Novinho´ seria o chefe do bando que abordou o PM na Estrada da Tangueira, na tarde de sábado (16). Teria partido dele a idéia de praticar assaltos a motoristas e pedestres naquele dia. ´Novinho´ já responde pela morte de um outro policial militar, de nome ´Neto´, em Maranguape, há cerca de dois anos, além de ser acusado de diversos assaltos.
Antônio Carlos foi reconhecido, por foto, pela esposa do soldado Raimundo Herculano, como o autor do disparo fatal. Ela estava com o marido na motocicleta quando houve a abordagem dos marginal e outros três jovens. A mulher também reconheceu os comparsas de ´Novinho´, que estão presos na Delegacia Metropolitana de Maracanaú desde que foram capturados pela Polícia horas após a abordagem ao PM.
Foram eles: Tiago Cardoso da Silva, 19; Vagner Edwlainer Nepomuceno Silva, 18; e Antônio Evilásio dos Santos Costa, 22 anos. Os três foram autuados em flagrante.