O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu que a Justiça mantenha o assaltante Antônio Jussivan Alves dos Santos, o 'Alemão', no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. O prazo para que Alemão permaneça na unidade federal termina no próximo dia 5 de novembro. O homem é acusado de ser o mentor do furto ao Banco Central, em Fortaleza, há 15 anos.
Após o pedido dos promotores do Gaeco para que a Justiça cearense mantenha 'Alemão' em Catanduvas, o juiz Luiz Bessa Neto, da 1ª Vara de Execução Penal do Ceará, solicitou ao juiz federal corregedor da Penitenciária Federal de Catanduvas que "aguarde a manifestação da defesa e a formação de novo juízo de valor sobre a necessidade de permanência do apenado em unidade prisional federal". À defesa foram concedidos cinco dias para se manifestar sobre o requerimento da renovação. O despacho foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) do último dia 26.
Ontem, o advogado Paulo Sérgio Ripardo, representante de Antônio Jussivan perante a Justiça, disse ao Sistema Verdes Mares que ainda está dentro do prazo para apresentar a defesa no sentido que 'Alemão' retorne ao Estado de origem, o Ceará. "É um direito dele, é direito do apenado cumprir pena perto da família", acrescentou Ripardo.
Transferido em 2017
'Alemão' foi transferido do Ceará ao presídio federal em dezembro de 2017, quatro meses após tentar fugir de uma penitenciária estadual. Na madrugada de 8 de agosto de 2017, criminosos tentaram resgatar internos da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza.
Os internos cortaram as grades de ventilação da cela, serraram os ferros que separam as vivências da muralha e já jogavam uma corda feita de lençóis, conhecida como 'Teresa', para escalar.
Membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam do lado de fora do presídio dando suporte à fuga com uma escada e carros. Em posse de armas de grosso calibre, os criminosos dispararam e entraram em confronto com a Polícia e agentes penitenciários. Durante o tiroteio, Jussivan foi baleado com três tiros no abdômen. A tentativa de resgate aconteceu pouco mais de um ano depois que 'Alemão' havia sido transferido de São Paulo para o Ceará.
Furto ao BC
Pelo furto ao Banco Central, de onde foram levados cerca de R$ 165 milhões do cofre, 'Alemão' foi sentenciado a 35 anos de prisão, por furto, formação de quadrilha e uso de documento falso. Em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a pena de Antônio Jussivan por lavagem de dinheiro.