MPCE instaura procedimento para apurar denúncias de abuso sexual em escolas e universidade

As vítimas começaram a falar sobre os casos por meio das redes sociais utilizando a hashtag #ExposedCariri

O Ministério Público do Ceará (MPCE) instaurou procedimento extrajudicial, nesta quinta-feira (4), para apurar relatos de abuso sexual na Região do Cariri, no sul cearense. As vítimas seriam alunas de escolas e universidade dos municípios de Juazeiro do Norte e Crato.

A informação é de que os crimes aconteciam dentro dos estabelecimentos de ensino públicos e privados e vinham sendo cometidos por professores e funcionários das unidades. Conforme o órgão acusatório, foi requisitada a instauração de um inquérito policial na Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte para investigar os casos.

As denúncias tomaram força nessa terça-feira (2), quando diversos relatos foram publicados no Twitter com a hashtag #ExposedCariri. As alunas apresentaram denúncias de fatos como importunação sexual, assédio sexual e estupro de vulnerável.

Segundo o promotor de Justiça Leonardo Marinho, foram identificados casos envolvendo colaboradores de cinco escolas e uma universidade. "É necessário que as mulheres procurem a delegacia de Polícia ou mesmo a promotoria de Justiça. Essa medida é necessária para que possamos analisar os relatos, analisar os fatos e analisar as provas que porventura possam existir. Somente com a contribuição da vítima podemos dar ensejo a um processo legal para tentar responsabilizar todos os criminosos", disse Leonardo Marinho.

Posicionamento

A Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Ceará (OAB-CE) emitiu nota pública manifestando repúdio aos abusos sexuais sofridos pelas vítimas que expuseram os crimes na #ExposedCariri. A Ordem afirmou que não ficará alheia aos fatos.

"A Comissão da Mulher se solidariza a essas vítimas da violência sexual afirmando que elas não estão sozinhas. As denúncias devem ser oficializadas para que os criminosos saiam dessa zona de conforto achando que podem continuar estuprando e cometendo quaisquer outros crimes de natureza sexual, permanecendo impunes", conforme trecho da nota.