Um leão fugiu do domador e matou uma criança de 4 anos, no Município de Tianguá, na Região Norte do Ceará, no ano de 1997. O episódio causou "terror" no Interior do Estado na época e levou à prisão de um homem, 25 anos depois, pelo crime de homicídio doloso.
José Vinícius Silva Aguiar brincava em uma locadora de videogames, com outras crianças, quando foi atacado e arrastado para fora do estabelecimento pelo leão, que tinha dois anos, na tarde de 18 de maio de 1997.
Populares tentaram soltar o menino das presas do animal e até arremessaram pedras. Quando o leão o soltou, e José Vinícius foi levado ao hospital, já estava sem vida.
O leão pertencia a um circo que iria se apresentar em Tianguá naquela noite. Artistas desfilavam pelas ruas do Município, à tarde, para chamar a população para assistir ao espetáculo. O animal era carregado em um carro de som e preso apenas por uma corda, quando se soltou, pulou do veículo, entrou na locadora e procurou a vítima.
A jornalista e professora Erilene Firmino, que cobriu o episódio como repórter do Diário do Nordeste, lembra que "a cidade estava muito triste, pesarosa. Foi muito doloroso cobrir o caso. Estava todo mundo estático, perplexo diante do que aconteceu".
A partir do momento que isso aconteceu, criou-se uma situação com o restante do Estado, um efeito-dominó, em que as pessoas ficaram mais receosas em relação a circo nas cidades. Na época, foram até tomadas algumas medidas de controle sobre a presença de animais nos circos. O leão atacou, mas ele estava sob maus tratos, com raiva."
Domador foi preso após 25 anos
O artista circense Genaldo Pessoa da Silva, de 48 anos, foi preso, na última quinta-feira (22), em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a um veículo, no Km 8 da BR-459, em Poços de Caldas, no Estado de Minas Gerais, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva por sentença condenatória.
Genaldo foi condenado pela 1ª Vara de Tianguá a 15 anos de reclusão, em razão do crime de homicídio doloso qualificado (com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum), no dia 27 de agosto de 2015. Desde então, ele era considerado foragido.
A reportagem apurou que, apesar do mandado de prisão em aberto, Genaldo da Silva continuava a levar a vida como artista circense, sediado em Poços de Caldas, onde foi preso. Ele se apresentava como "Palhaço Chupeta".