Justiça do CE nega devolução de joias

A Justiça negou o pedido para devolver os pertences apreendidos pela Polícia nos corpos dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca'. Os dois homens foram encontrados mortos no dia 15 de fevereiro deste ano, em uma reserva indígena, em Aquiraz. A execução cinematográfica da dupla, que fazia parte da cúpula do PCC e estava morando no Ceará há pelo menos um ano, foi planejada e colocada em prática por outros membros da facção criminosa, conforme as investigações.

Por meio de um advogado paulista, as viúvas dos dois homens ingressaram com a solicitação de "restituição de coisas apreendidas" na Comarca de Aquiraz. Andrea Soares Maciel, mulher de 'Gegê do Mangue', pediu a devolução de uma aliança, uma corrente fina com pingente de rosto dela e outro com foto da família, assim como um bracelete e um escapulário. Já Juliana Ponciano de Sousa, esposa de 'Paca', pediu que fossem entregues a ela uma aliança e uma corrente com imagem de Nossa Senhora Aparecida.

As joias estão anexadas ao inquérito. Um dos cordões, que tem um pingente em forma de cifrão, valeria milhares de reais. Ao analisar os pedidos, o Juízo da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, negou as solicitações. Nos despachos, a magistrada afirmou que "compulsando os autos, verifico que a parte requerente não comprovou ser parte legítima para postular a liberação das coisas apreendidas, nem comprovou suas apreensões".

Mistério

A motivação do duplo homicídio ainda foi esclarecida pela Polícia Civil. O homem por trás das mortes seria Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', gerente do PCC em liberdade e ligado ao número um da organização Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola'. Além de 'Fuminho', a Polícia identificou como partícipes do crime, Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', morto em São Paulo na semana seguinte ao duplo homicídio; Erick Machado Santos, o 'Neguinho Rick da Baixada'; Ronaldo Pereira Costa; André Luiz da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada'; Thiago Lourenço de Sá de Lima; e o piloto Felipe Ramos Morais. Nenhum foi preso.

O Ministério Público de São Paulo confirmou ao Diário do Nordeste que os homicídios podem não terem sido ordenados pelo líder da organização. O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, contou que em um bilhete interceptado, 'Marcola' afirmou que 'Fuminho' o traiu e foi responsável pelas mortes.