A idosa identificada como Aldira Paixão dos Santos, 80 anos, presa, na última sexta-feira (20), por manter uma suposta clínica de aborto em cima de um restaurante no Município de Baturité há cerca de dez anos, deve permanecer em prisão domiciliar. A decisão foi proferida nesta terça-feira (24) em audiência de custódia.
A reportagem apurou que, na audiência que aconteceu nesta manhã, às 9 horas, na 2º Vara da Comarca de Baturité, a juíza Verônica Margarida Costa de Moraes converteu em preventiva a prisão em flagrante da suspeita. A magistrada determinou o pagamento de fiança equivalente a dez salários mínimos para, assim, logo após a quitação, a idosa ficar em prisão domiciliar, sob monitoração eletrônica à disposição da Justiça.
O caso
De acordo com informações da Polícia, uma clínica clandestina de aborto funcionava em um quarto escuro e insalubre em cima de um restaurante do Município de Baturité, sob a tutela de Aldira Paixão, há cerca de 10 anos.
Segundo a investigação policial, para ter acesso à clínica, as possíveis pacientes precisavam subir por uma escada estreita com paredes velhas e sujas, depois entrar um corredor com duas portas à esquerda. Na segunda porta, fica o quarto onde ocorriam os procedimentos, conforme a investigação policial.
A idosa, presa em flagrante na sexta-feira (20) após, segundo a Polícia, um mês e meio de investigações, chegou a admitir praticar procedimentos abortivos no passado, porém negou continuar com a prática clandestina atualmente. O marido da mulher, Francisco Valmir, 73 anos, chegou a ser preso na ação, por porte ilegal de arma, mas foi liberado após pagar fiança.