Um homem foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão, nesta quinta-feira (19), por tentar matar a facadas a ex-companheira, o ex-cunhado e por lesionar a sua filha, que tinha menos de dois meses, em Santana do Cariri. O crime ocorreu em 23 de outubro de 2019. As investigações policiais indicam que o réu, Antônio de Aquino Filho, agredia a companheira e não aceitava o fim do relacionamento.
Antônia Daniele de Souza Alves, de 23 anos, estava com a filha no colo quando foi esfaqueada pelo ex-companheiro, próximo ao Fórum de Santana do Cariri. A bebê, na época com 45 dias de vida, caiu no chão e chegou a ficar desacordada.
O irmão de Daniele, Antônio Ismael de Souza Alves, de 20 anos, estava no local e foi esfaqueado pelo ex-cunhado ao tentar proteger a irmã.
Antônio de Áquino foi condenado pelo Tribunal Popular do Júri por tentativa de homicídio triplamente qualificado, homicídio qualificado tentado e lesão corporal. A promotora Camila da Silva Vieira Nalesso conduziu o júri.
O júri entendeu que o crime contra Daniele configurou uma tentativa de feminicídio, em razão de a vítima ser mulher. O crime foi triplamente qualificado também pelo motivo torpe e devido à vítima não ter tido condição de se defender. Em relação ao ataque ao ex-cunhado, a tentativa de homicídio foi qualificada também pelo motivo torpe.
Medida protetiva
Daniele era agredida por Antônio e, na semana anterior ao crime, entrou com pedido de medida protetiva contra o ex-companheiro, segundo a família das vítimas. Em 22 de outubro de 2019, um dia antes de tentar matar a ex-companheira, o homem prestou depoimento na Delegacia de Santana do Cariri sobre as acusações de agressão e foi liberado.
Na época, a delegada Louise Braga afirmou que pediu a prisão preventiva de Antônio de Aquino devido às acusações de agressão, mas o pedido foi indeferido.
Após as tentativas de homicídio, o condenado fugiu em uma moto. Ele foi capturado pela Polícia Militar no dia seguinte, em uma casa em uma floresta, entre as cidades de Nova Olinda e Crato. Ele foi preso preventivamente e aguardava julgamento preso. Na época da prisão, Antônio de Aquino confessou o crime.