Um casal com quatro filhos foi expulso por membros de uma facção criminosa de um apartamento localizado em um conjunto habitacional do bairro Paupina, em Fortaleza, na noite dessa terça-feira (21). Nenhum suspeito foi preso ou apreendido.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que "levantamentos de inteligência e investigações preliminares realizadas, nessa quarta-feira (22), pelas Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apontaram uma motivação divergente da que foi divulgada pela imprensa" para a saída da família.
A pasta, porém, não informa qual seria essa motivação. "Diligências estão em andamento e detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar o trabalho policial", diz a nota (leia a íntegra abaixo).
O que diz a família
Conforme a família, o fato aconteceu porque, na semana passada, o filho mais velho do casal, de dez anos, estava jogando futebol.
Na ocasião, ele atingiu com a bola o celular de um integrante do grupo, e o aparelho ficou danificado. Segundo o carpinteiro e a esposa – que tem 26 anos e está grávida –, o criminoso pediu R$ 800 a eles para consertar o celular, e os dois falaram que não tinham condições de arcar com o prejuízo.
Assim, conforme o homem e a mulher, o membro da facção criminosa os ameaçou a família de morte se eles não dessem outro aparelho quanto antes.
Objetos pessoais
Eles relatam que saíram de casa levando alguns objetos pessoais, como roupas e documentos, e foram pedir ajuda à Polícia Militar.
Os agentes da instituição foram à residência, que era alugada, e viram que os criminosos haviam levado todos os pertences pessoais da família.
Desempregado
Ao Diário do Nordeste, o homem, de 30 anos, contou que trabalha como carpinteiro, mas que está atualmente desempregado. O aluguel, conta, era pago com o valor recebido do seguro-desemprego. As parcelas do benefício, no entanto, acabaram para ele.
Na noite dessa terça, a Polícia Militar buscava um abrigo para que pai, mãe e filhos pudessem ser acolhidos.
Posicionamento da SSPDS
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que levantamentos de inteligência e investigações preliminares realizadas, nessa quarta-feira (22), pelas Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apontaram uma motivação divergente da que foi divulgada pela imprensa para o deslocamento de uma família no bairro Paupina - Área Integrada de Segurança 3 (AIS 3) de Fortaleza. O 35º Distrito Policial (DP) conduz as investigações acerca da ocorrência, que apontam para outra motivação. Diligências estão em andamento e detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar o trabalho policial.
A pasta ressalta ainda que as forças de segurança reforçam a região com equipes do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPEsp), do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) da Polícia Militar do Ceará (PMCE). No local, policiais militares capacitados sob a doutrina do policiamento de proximidade e gestão de conflitos pertencentes aos Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv) e Grupo de Segurança Comunitário (GSC) acompanham o caso.
A SSPDS frisa que as ações serão permanentes para coibir crimes e manter a sensação de tranquilidade dos moradores. Por fim, a SSPDS reforça ainda que o BPEsp da PMCE realiza um mapeamento da região, com cadastramento de moradores a fim de assegurar o acompanhamento personificado dessas pessoas e que o Batalhão Especializado manterá uma unidade do Grupo de Segurança Comunitária de forma permanente no local.
Denúncias
A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. Para ocorrências que estejam acontecendo no momento, as pessoas devem ligar para o 190 da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).
As denúncias também podem ser feitas para o (85) 3101-4429, que é o telefone da Delegacia do 35° DP. O sigilo e o anonimato são garantidos.