Empresas de exploração mineral de Fortaleza, Aracati e Rio Grande do Norte são alvos de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (26). São cumpridos oito mandados de busca e apreensão contra a exploração minerária ilegal de pedra britada, piçarra e areia, que foram utilizados em obras de construção de parques eólicos no Ceará.
De acordo com a Polícia Federal, os mandados foram expedidos pela 15ª Vara da Justiça Federal de Limoeiro do Norte. As empresas de grande porte sob suspeita foram contratadas para as obras estruturantes dos parques eólicos construídos nas imediações das áreas exploradas. As investigações de busca e apreensão realizadas nesta data têm por objetivo identificar todos os envolvidos e mensurar o prejuízo causado à União e ao meio ambiente.
Sem autorização para exploração
A investigação, utilizando-se de ferramentas avançadas de geointeligência e de investigações de campo, identificou empresas de pequeno e grande porte, em sete áreas nas quais houve exploração mineral indevida nos anos de 2014 a 2019. Os policiais confirmaram exploração mineral nos polígonos indicados em processos da Agência Nacional de Mineração (ANM) sem que houvesse autorização para exploração minerária das áreas.
A polícia afirmou que, além da usurpação de minérios, que são matéria-prima patrimônio da União, os agentes verificaram que as áreas onde houve a extração ilegal estavam degradadas, com a retirada da vegetação e da camada superficial do solo, rica em matéria orgânica, inviabilizando a recuperação natural do ambiente.
A operação Anemoi é realizada de forma simultânea com a Operação Siroco, desencadeada também nesta sexta-feira pela Superintendência da PF no Rio Grande do Norte, que investiga fatos similares praticados pelos mesmos suspeitos. A palavra Anemoi significa ventos, em referência ao destino da maior parte dos minérios, qual seja, a construção de parques eólicos no Estado do Ceará.