Após seis meses preso em Fortaleza, o britânico James Joseph White - um dos homens mais procurados do Reino Unido - , permanece no Ceará. A extradição do homem que já chegou a integrar a lista dos mais procurados pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) segue sem data para acontecer. Enquanto isso, ele cumpre prisão provisória encarcerado na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (CPPL VII), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
No Supremo Tribunal Federal (STF) consta em aberto a extradição do estrangeiro, a pedido do Governo do Reino Unido. Conforme o processo, que tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso, no início de setembro deste ano foi determinado o interrogatório do extraditando a um dos juízes federal de competência criminal da Subseção Judiciária onde o custodiado permanecia. Foi também estabelecida a manifestação por escrito dos representantes da defesa de James White.
Mais de dois meses depois, a apresentação da defesa escrita permanecia sendo cobrada pelo STF. Até setembro James White estava no Centro de Triagem e Observação Criminológica do Ceará (CTOC), em Aquiraz e depois foi transferido para a CPPL VII, sem receber visita e sem perspectiva de quando seria transferido, conforme o advogado Túlio Magno.
O advogado confirmou que White segue na RMF. Mas não se posicionou acerca dos impedimentos para a sua extradição, assim como sobre a defesa escrita cobrada pelo Supremo nos últimos três meses.
Prisão
James Joseph White foi preso no dia 19 de junho de 2020. Policiais federais foram até um apartamento de luxo onde ele estava, no bairro Meireles, e cumpriram o mandado. Conforme a PF, ele estaria residindo na capital cearense desde o início de 2020. No local também estavam a namorada e um amigo, ambos brasileiros. Foram apreendidos R$ 53 mil em espécie e um automóvel de luxo.
A ficha do britânico é extensa, incluindo passagens pelos crimes de homicídio, sequestro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Há ainda suspeita que White teria lavado dinheiro no Ceará.
O britânico é apontado como membro da maior e mais rica quadrilha de tráfico de drogas e de armas de fogo fundada na Escócia. Os líderes do esquema criminoso são, segundo as autoridades, os irmãos James e Barry Gillespie. Existia expectativa que os irmãos estivessem juntos com James White em Fortaleza. Semanas após a captura do britânico, agentes da Interpol permaneciam no Ceará em busca de deter a dupla, mas os dois seguem foragidos.
Além dos crimes cometidos em outros países, no Brasil, White foi flagrado em posse de um documento falso. A reportagem apurou que no dia da prisão ele chegou a se apresentar aos policiais como Vincent McCall, de origem surinamesa. Os agentes apreenderam o passaporte falsificado.