A Justiça Estadual decidiu levar Carlos Rhylder Feitosa de Oliveira a júri popular. Ele é acusado de matar a facadas o assessor jurídico do Ministério Público do Ceará (MPCE) Dione de Moura Araújo, em um restaurante em Fortaleza, em novembro do ano passado. A vítima estaria se relacionando com a ex-esposa do réu.
A juíza Daniela Lima da Rocha, da 3ª Vara do Júri de Fortaleza, proferiu a decisão de pronúncia contra Carlos Rhylder no dia 18 de agosto deste ano, que foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) do último dia 27. A data do julgamento ainda não foi marcada.
A decisão narra que Dione Araújo estava no restaurante, localizado na Rua Lino Condé, bairro Cambeba, por volta de 22h45 do dia 7 de novembro de 2020, acompanhado da namorada e de uma amiga, quando "de repente, sem qualquer discussão anterior, inclusive, foi surpreendido pelo acusado, momento em que o réu desferiu três golpes, um deles no pescoço da vítima, sem possibilitar-lhe qualquer chance de defesa".
Esta (vítima), buscando desvencilhar-se da agressão, ainda tentou empreender fuga, mas foi perseguido, dentro do estabelecimento, pelo acusado, que somente saiu do local quanto teve a certeza que o vitimado não sobreviveria as agressões. A vítima, já tendo perdido grande quantidade de sangue, tombou ao solo, foi socorrida e conduzida ao hospital, mas não resistiu aosferimentos."
Carlos Rhylder foi preso em flagrante minutos depois, após a Polícia Militar do Ceará (PMCE) ser acionada e iniciar uma perseguição ao veículo do suspeito, que terminou próximo ao Km 40 da BR-116, no Município de Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
As investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) apontaram que o acusado é ex-marido da mulher que estava namorando a vítima e que ele não aceitava a separação - como também o novo relacionamento da mulher.
Poucos meses antes do crime, em maio de 2020, Carlos havia proferido ameaças e agressões físicas à ex-companheira, que motivaram a concessão de medidas protetivas."Ainda segundo a inicial acusatória, o denunciado, de forma corriqueira, acompanhava a vítima através das redes sociais, utilizando, para tanto, diferentes perfis,buscando ter conhecimento sobre os locais frequentados por ela", completa a decisão judicial.
Defesa recorre de decisão judicial
Diante da decisão judicial de levar Carlos Rhylder Feitosa de Oliveira a júri popular, a defesa do réu ingressou com Recurso em Sentido Estrito, no último dia 21 de agosto.
“Nós já interpusemos recurso em sentido estrito e vamos manejar um habeas corpus para buscar a liberdade dele, porque entedemos que a decisão acolheu uma qualificadora que não é pertinente e não está materialmente provada nos autos. E a fundamentação para manutenção dele no cárcere não restou satisfatória. Não existem motivos para manter ele preso”, disse o advogado Ércio Quaresma.