Cinquenta pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por um esquema fraudulento de empréstimos, por meio da internet, que utilizava contas bancárias do município de Iguatu. O inquérito sobre o caso foi concluído nesta terça-feira (11) pelo delegado Marcos Sandro Lira, responsável pelas investigações e titular da delegacia do município. O prejuízo das vítimas pode chegar a R$ 500 mil.
As investigações tiveram início há um ano, quando a delegacia recebeu dezenas de ofícios de vários estados brasileiros, informando que contas de agências bancárias da cidade cearense estavam recebendo depósitos fraudulentos de vítimas de estelionato. O inquérito policial foi encaminhado para o Ministério Público para oferecimento de denúncia.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 48 suspeitos foram indiciados por receptação, pelo empréstimo das contas para o recebimento do dinheiro, e dois foram indiciados como chefes do esquema criminoso. Os líderes da quadrilha, segundo a polícia, são Demutier Gonçalves de Oliveira Júnior, 30 anos, e Antônio Marcos Leôncio da Silva, 22 anos, ambos sem antecedentes criminais.
A dupla mantinha na internet 12 sites falsos que ofereciam empréstimos a pessoas de todo o país. “Quando as vítimas acessavam a página, eram direcionadas para realizar o preenchimento de formulários que geravam falsos empréstimos. Com isso, as vítimas eram induzidas a depositar taxas administrativas que seriam a comprovação para a liberação dos empréstimos”, explica Lira.
Em depoimentos, os suspeitos do estelionato contaram ao delegado que recebiam o pagamento de 10% dos valores que caiam em suas contas. A polícia apurou ainda que os valores arrecadados estavam relacionados a quantias recolhidas para pagamentos em sites de apostas esportivas online.
Segundo a SSPDS, os criminosos ofereciam empréstimos com valores de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 15 mil, com taxas bem abaixo dos valores de empresas no mercado, além da dispensa de comprovação de rendas e sem consulta aos serviços de proteção de crédito. Os depósitos das chamadas “taxas administrativas”, efetuados pelas pessoas lesadas pelo grupo criminoso, giravam entre R$ 300 e R$ 1.200.
As vítimas só tomavam conhecimento da fraude ao perceberem a demora na liberação do benefício solicitado ou quando os estelionatários faziam contato solicitando mais dinheiro. Todas as vítimas são de fora do Estado. As denúncias foram registradas no Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Pará.