Crato. Após a descoberta de dois fósseis de espécies inéditas, no ano passado, por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca), um caranguejo e um grilo, o grupo composto por cinco pesquisadores e 12 alunos segue em busca de novas descobertas. Eles iniciaram, na semana passada, a primeira escavação paleontológica controlada já realizada na Formação Crato, em calcário laminado, localizada na cidade de Nova Olinda.
A escavação é parte do projeto de pesquisa "Análise quanti-qualitativa dos fósseis do calcário laminado da Formação Crato" e é financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). A equipe trabalha na descoberta de níveis fossilíferos, de novas espécies de animais e plantas para serem estudados, além de novos espécimes que serão expostos no Museu de Paleontologia da Urca, em Santana do Cariri, e ficarão à disposição da comunidade científica.
Segundo o chefe do Laboratório de Paleontologia da Urca (LPU), professor Álamo Feitosa, o objetivo da escavação é "divulgar a Paleontologia do local e criar o sentido da preservação do patrimônio natural da região". Assim, eles deixam a escavação aberta ao público.
Ainda conforme Álamo, a pesquisa também procura encontrar marcos estratigráficos. "Níveis estratigráficos são superfícies que tenham ou não mortandades e que podem identificar a temperatura ambiental, a qualidade da água da época dessa mortandade, para comparar com o ambiente atual".