Durante uma patrulha na noite desta sexta-feira (23) em Morada Nova, interior do Ceará, policiais militares resgataram um homem e um bezerro que tentavam sair do Canal da Integração, estrutura que corta o município.
Conforme informações do soldado Victor Alvino Medeiros, a patrulha fazia o deslocamento entre Morada Nova e o distrito de São João de Aruaru, zona rural da cidade, quando escutou os pedidos de socorro do rapaz, identificado apenas como Everardo.
"Esse é um local de difícil acesso, deserto, e como já estava de noite resolvemos patrulhar por lá. Antes de voltar, paramos a viatura em um ponto e escutamos os gritos vindos de dentro do canal".
Segundo o soldado Alvino, o homem passava pelo local quando viu que o animal tinha caído no reservatório e estava se afogando. Então, entrou para retirá-lo. No entanto, ambos não conseguiram sair. "Lá tem uma certa correnteza e já estavam sendo arrastados", disse.
O resgate, que contou também com a participação dos soldados Flávio Roberto da Silva e Luís Carlos Fernandes Nogueira, demorou cerca de 30 minutos e pelo menos seis tentativas frustradas, já que as paredes do canal são íngremes e a equipe não dispunha de equipamento apropriado para o momento.
Ação improvisada
O sucesso da ação, então, dependeu do rápido improviso dos policiais, que tiveram que usar as bandoleiras das armas para formar uma corrente humana e chegar até as vítimas.
"Não tínhamos corda, e como éramos apenas três pessoas não alcançávamos lá, então tiramos as bandoleiras dos fuzis, amarramos e assim criamos uma corda improvisada para chegar perto e retirar eles. Elas chegavam a se romper e nós amarrávamos de novo e tentávamos mais uma vez", contou Alvino.
Após o resgate, homem e animal ficaram exaustos, mas não precisaram de atendimento médico, segundo os policiais.
"Ele agiu de muito heroísmo, viu que o bezerro não tinha como sair e pulou na água. Só que a correnteza estava forte e ele já estava cansado. O local é muito deserto, afastado, e mesmo assim ele tentou ajudar, se colocando em risco", disse.
O Diário do Nordeste procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para mais informações e aguarda posicionamento.